domingo, outubro 07, 2012

ESEF é um marco referencial para o Jardim Botânico enquanto bairro

REPUBLICAÇÃO DA MATÉRIA DO CONSELHEIRO X. DE 28 DE JUNHO DE 2008.

* O diretor da ESEF não é mais o mesmo.



Uma escola de ponta, reconhecida em todo o País pela sua qualidade do ensino. Assim é a Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ESEF, também conhecida como “Campus Olímpico” da URGS e intimamente ligada à história do bairro, com o qual interage e mantém estreitos laços comunitários.
Afinal, é na ESEF que, todos os dias, centenas de pessoas vão fazer a sua caminhada matinal, correr, passear, praticar exercícios físicos ou então participar de cursos e eventos ligados à área da educação física e da saúde.


“Às seis horas da manhã, quando abrimos o portão, já tem gente aqui na frente, esperando para entrar, e a grande maioria é das redondezas”, orgulha-se o professor e diretor da instituição, Ricardo Petersen. Com cursos de especialização nos Estados Unidos, Ricardo se formou na ESEF em 1973, e especializou-se em Desenvolvimento Motor.
Contando cerca de 800 alunos (700 na Graduação e outros 100 na pós), nos cursos de licenciatura e bacharelado em Educação Física, a Escola dispõe de cerca de 40 professores e outros 45 técnicos administrativos.
São 11 mil metros quadrados de área construída e 12,5 hectares de área total.
“Somos, sem dúvida, uma das melhores escolas do Brasil na nossa área”, afirma o diretor. Nos últimos anos, apesar das dificuldades financeiras inerentes ao ensino público (há apenas uma verba irrisória para a manutenção), a ESEF recebeu um grande impulso e vem procurando sempre inovar e oferecer coisas novas aos seus alunos e à comunidade. O fechamento das contas só é possível graças às rendas (cerca de 50 mil reais) obtidas com matrículas e mensalidades em diferentes atividades (a base de 60 reais por pessoa), como piscinas e ginástica para a terceira idade.
Tecnologicamente a Escola está em boa situação – são 130 computadores e equipamentos modernos, especialmente na área de pesquisa. “Temos também 35 programas de extensão e projetos financiados ou em parceria”, informa Petersen. Desses, 20 são voltados para a comunidade e 15 dirigidos a crianças e jovens.
TALENTO E MEMORIA - Um dos mais importantes projetos já implantados é o Centro de Lazer do Idoso, frequentado especialmente pelas mulheres (há apenas um homem) e com atividades diárias. “A procura é sempre muito grande e não podemos absorver todos os interessados”, revela o diretor.
Buscando, basicamente, formar profissionais em Educação Física, a ESEF desenvolve ainda uma produção científica própria, em um bem equipado laboratório. São estudos sobre a resistência humana, a precisão muscular, os efeitos das práticas esportivas, o desgaste os organismos, entre outros.
É o chamado LAPEX – Laboratório de Pesquisa do Exercício, geralmente comandado por doutores e doutorandos de Educação Física (a Escola tem 28 doutores e seis mestres). Há também o Centro de Excelência Esportiva e um projeto de Detecção de Talentos Esportivos iniciado há dois anos. Neste caso vai-se às escolas e centros comunitários para se avaliar o potencial de atletas iniciantes que, caso aprovados, passam a fazer parte do Banco de Talentos.
“É algo semelhante ao que se faz em Cuba e na Austrália, parte da idéia de transformar o Brasil em uma potência olímpica”, explica o professor.
Já o projeto de Excelência Esportiva consiste em avaliar atletas já consagrados, equipes e seleções, analisando o rendimento de cada um deles. Estão incluídos aí a avaliação das seleções de remo, canoagem, judô, esgrima, por exemplo, ou atletas laureados, como o judoca João Derli. Outro destaque é o Núcleo de Esportes de Base, aqui representado pela ginástica olímpica feminina (que pode revelar novas Daianes dos Santos) e pelo judô.
Graças a um convênio, conseguiu-se a compra de modernos equipamentos no valor de quase 200 mil reais. “Temos um equipe de dez meninas e uma pré-equipe de mais dez, na faixa de 7 a 17 anos, embora o número total seja de 150”, informa Petersen.
JUDÔ, GRANDE DESTAQUE - Já o judô – outro grande destaque da ESEF – envolve 250 alunos e vem obtendo excelentes resultados. A ele se combina outra modalidade – a Luta Olímpica.
Com dois ginásios, um centro natatório, um galpão crioulo, oito salas de aula, uma biblioteca especializada no esporte, muito visitada por alunos de outras instituições semelhantes (e aberta à comunidade), um prédio administrativo, um bar, um prédio de musculação, uma pista de corrida e atletismo, locais para o tênis, além do laboratório, a Escola Superior de Educação Física tem várias formas de esporte e lazer abertas à comunidade, como a natação (para todas as idades), sem contar eventuais cursos, como o de Yoga. A instituição edita duas revistas especializadas e mantém intercâmbio com outras universidades, algumas delas do exterior. “Temos um convênio com a Universidade do Porto, em Portugal, sendo que vem gente de lá para cá e vai gente daqui para lá, dar cursos rápidos”, diz o diretor Ricardo.
Um projeto ambicioso, mas que ainda não deslanchou por falta de recursos, é o Centro de Memória do Esporte e que também englobará, no futuro, a dança. “A idéia é transformarmos ele em uma espécie de Museu, pela concepção moderna, com peças, doações, tudo, algo que não existe hoje no Rio Grande do Sul. Mas ainda estamos batalhando por verbas e o Centro está funcionando em local totalmente inadequado”, lamenta o diretor.
CACHORROS E MUROS – Não faz muito, a ESEF cercou-se de altas paliçadas de concreto à sua volta e centralizou entrada e saída em apenas uma torre de vigia. Com isso acabaram-se os problemas de falta de segurança dos últimos anos, já que a cerca de arame, especialmente no lado da Felizardo Furtado, tinha uma abertura que dava acesso a todo tipo de gente.
“Entravam também muitos cachorros vadios e até cavalos de carroceiros das redondezas, que ficavam estacionados aqui dentro. A quantidade de cocô que recolhíamos era enorme”, conta o vice-diretor, Luis Fernando Moraes. Também foi contratada uma empresa de vigilância do local. “Hoje não temos mais problemas nessa área”, garante Moraes.
Funcionando em dois turnos, a ESEF não tem aulas de graduação à noite, muito embora sejam desenvolvidos outros tipos de cursos e atividades nesse período. “E só não abrimos no sábado por falta de recursos”, informa o professor .Os portões são abertos, de segunda à sexta, das 6 horas da manhã às sete da noite, período em que qualquer morador do bairro (ou de fora dele) pode frequentar esse espaço, que pode até ser considerado público.
Outra coisa que pouca gente sabe: a Escola conta com um canil (paga-se uma diária) para hospedagem de cães – algo, sem dúvida, muito útil para quem mora sozinho e, ao viajar, não tem com quem deixar seu animal.


História remonta aos anos 30, com Getúlio e Cordeiro
A ESEF está no Jardim Botânico desde julho de 1963 mas sua história remonta ao final dos anos 30, quando o Governo do Estado resolveu criar o Departamento Estadual de Educação Física por recomendação do Interventor Osvaldo Cordeiro de Farias. As profissões ligadas ao esporte tinham sido regulamentadas naquele ano e o Rio Grande do Sul não quis ficar atrás.
Foi então nomeado como diretor da Escola o capitão Olavo Amaral da Silveira. A seu lado estava um grupo de entusiastas – Valdir Calvet Echart, Frederico Gaelzer, João Gomes Moreira Filho e Max Hanke. Não havia um local centralizado e cada modalidade tinha aulas em diferentes pontos da cidade. O curso durava dois anos e a primeira turma formou-se em 1941 – eram 98 homens e 26 mulheres. Em 1942 a Escola transferiu-se para o Estádio do Cruzeiro, a “Colina Melancólica”. Em 1956 estava no prédio da Associação Cristã de Moços. No dia 21 de outubro de 1969 o ministro da Educação, Tarso Dutra, assinou o decreto de federalização da Escola, o que de fato só aconteceu a 16 de setembro de 1970, com a vinda do ministro Jarbas Passarinho e a presença do governador Perachi Barcellos.

terça-feira, outubro 02, 2012

Monk, o detetive com transtorno obsessivo-compulsivo

Monk ( Monk: Um Detetive Diferente, como é conhecida no Brasil ) é uma série de televisão dos Estados Unidos da América criada por Andy Breckman e produzida por Andy Breckman, David Hoberman, Rob Thompson e Tony Shalhoub nos estúdios USA Originals.

Observação: Alguns títulos de episódios estão em inglês, pois ainda não há título em português, por não ter sido exibidos na versão em português.
Enredo

Adrian Monk cresceu com Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), incluindo uma série de tiques e fobias. Tem um irmão, Ambrose, e um meio-irmão, Jack Jr. (aparece no 9º episódio da 5ª temporada, “Mr. Monk Meets His Dad). No episódio “Sr. Monk vai a Manhattan”, de 2004, sua idade foi dada como 45.

Monk era um detetive brilhante de homicídios, trabalhava para o Departamento de Polícia de São Francisco, até que sua esposa Trudy morreu numa explosão de carro em 1997 ao ir comprar um remédio para Ambrose. Monk sofreu um colapso nervoso pelo fato de não ter encontrado quem matou Trudy, suas fobias (por germes, altura, multidão e até por leite) se agravaram e interferiram de modo que Leland teve que afastar Monk, que se isolou, recusando sair de sua casa por três anos. Com a ajuda da enfermeira prática Sharona Fleming (Bitty Schram), pôde finalmente sair da casa. Começou a executar o trabalho de consultor particular para a polícia em casos muito difíceis.

O capitão Leland Stottlemeyer (Ted Levine) e o tenente Randall “Randy” Disher (Jason Gray-Stanford) contratam Monk quando não conseguem resolver algum caso. Stottlemeyer fica enfurecido frequentemente pelo transtorno de Monk, mas respeita suas habilidades de observação. A atenção obsessiva do Monk permite que perceba coisas minúsculas, e faça as conexões que ninguém mais faz em uma investigação. Monk sempre está em busca de informações sobre a morte da sua esposa, um caso incapaz de ser resolvido.

Até agora, Monk descobriu que Trudy foi morta por um homem de seis dedos mandado por um homem misterioso apenas conhecido como "O Juiz".

Na terceira temporada, Sharona decide voltar com seu ex-marido e vai embora para Nova Jersey. Natalie Teeger (Traylor Howard), uma mãe com uma filha de onze anos, é empregada logo como nova assistente de Monk.

Monk quase nunca é descrito como tendo TOC. Às vezes os personagens saem de seu estilo, para evitar um engano inconveniente. Por exemplo, em um episódio, Monk aperta a mão de duas mulheres brancas, a seguir um homem negro limpa suas mãos. Monk e Sharona permitem que isto seja feito para mostrar que o racismo não faz parte de seu transtorno. Natalie se refere a ele como “particular” e “exigente” antes de explicar a verdadeira razão de seus problemas.


Personagens Principais



Adrian Monk (Tony Shalhoub) - Detetive policial formado; consultor criminal



Natalie Jane Davenport Teeger (Traylor Howard) - Assistente de Adrian Monk



Julie Teeger (Emmy Clarke) - Estudante, filha de Natalie Teeger



Capitão Leland Stottlemeyer (Ted Levine) - Capitão policial do Departamento Policial de São Francisco (Roubos e Homicídios)



Tenente Randy Disher (Jason Gray-Stanford) - Tenente policial do Departamento Policial de São Francisco (Roubos e Homicídios)



Dr. Neven Bell (Hector Elizondo) - Psiquiatra de Adrian Monk



Dr. Charles Kroger (Stanley Kamel) - Psiquiatra de Adrian Monk



Sharona Fleming (Bitty Schram) - Enfermeira e assistente de Adrian Monk



Personagens que já não fazem mais parte da série



Benjy Fleming (Kane Ritchotte atuou durante o episódio piloto, segunda e terceira temporadas, Max Morrow atuou durante a primeira temporada): Filho de Sharona.



Sharona Fleming (Bitty Schram): Atuou durante a primeira, segunda e terceira temporadas.



Dr. Charles Kroger (Stanley Kamel): - Atuou até a sexta temporada. Stanley Kamel sofreu um ataque cardiaco e acabou falecendo. A mesma coisa aconteceu com o seu personagem na série. No episódio 1 da sétima temporada - Mr. Monk buys a house, há uma homenagem a Stanley Kamel no fim do episódio.





Personagens Recorrentes



Trudy Anne Ellison Monk (personagem falecida): Stellina Rusich atuou nas temporadas 1 e 2, Melora Hardin atuou nas temporadas 3 e 4, Hannah Contrucci e Lindy Newton.



Karen Stottlemeyer (Glenne Headly): Ambientalista, ex-esposa de Leland Stottlemeyer e mãe de duas crianças, Jared e Max. Produtora de filmes documentados. Sua primeira aparição foi no 5º episódio da 2ª temporada, "Sr. Monk e o Homem Mais Velho do Mundo", onde ela implora a seu marido para participar da investigação da morte do homem mais velho do mundo. Depois ela aparece em "Sr. Monk e a Esposa do Capitão", 14º episódio da 2ª temporada, onde ela fica em coma temporariamente depois de um acidente com seu carro. Aparece também em "Sr. Monk é Demitido", 4º episódio da 3ª temporada, onde ela faz um documentário sobre o Departamento de Polícia de São Francisco, e "Mr. Monk and the Captain's Marriage", onde Leland acha que ela está tendo um romance. É revelado que ela atualmente está procurando um advogado de divórcio. Ela tem uma irmã.



Harold J. Krenshaw (Tim Bagley): Outro paciente de Dr. Kroger. Harold e Adrian Monk vivem brigando, a maioria das vezes porque ambos querem ser o paciente preferido de Dr. Kroger. Para o desânimo de Monk, no 7º episódio da 5ª temporada, "Mr. Monk Gets a New Shrink", Harold leva um tiro para salvar a vida do Dr. Kroger. Harold Krenshaw teve sua primeira aparição em "Sr. Monk e a Desmemoriada", 6º episódio da 3ª temporada. Harold venceu (em oposição a Natalie Teeger) para se tornar membro do conselho da escola de Julie em "Mr. Monk and the Election", 15º episódio da 3ª temporada. Nesse episódio é revelado que ele é casado.



Kevin Dorfman (Jarrad Paul): Irrita Monk com seu costume de falar muito. Mora em cima do apartamento de Monk. Ele é visto muitas vezes cozinhando (com Monk). Sua primeira aparição foi em "Sr. Monk e o Jornaleiro", 10º episódio da 2ª temporada, onde ganha na loteria, apesar de sua "namorada" Amber tentar se afastar dele. Ele tinha duas irmãs.


Personagens Convidados



Ambrose Monk (John Turturro): Irmão de Monk, também sofre de várias fobias, mas a mais notável é a agorafobia (medo irracional de lugares abertos). Ambrose perde parcialmente sua fobia de lugares abertos quando é obrigado a sair de sua casa, por causa de um incêndio, no episódio "Sr. Monk e as Três Tortas", 11º episódio da 2ª temporada. Ambrose também aparece no episódio de Halloween "Mr. Monk Goes Home Again", 2º episódio da 4ª temporada.



Dale "Baleia" Biederbeck (Adam Arkin, Tim Curry, Ray Porter): Um criminoso aparentemente poderoso e muito gordo a quem Monk enviou para a prisão por planejar o assassinato de uma juiza aposentada de São Francisco.



Gail Fleming (Amy Sedaris): Irmã mais nova de Sharona. Uma atriz. Sua primeira aparição foi em "Sr. Monk e o Terremoto", 10º episódio da 1ª temporada, onde Sharona, Benjy e Monk ficam na casa dela depois de um terremoto. Sua segunda aparição foi em "Sr. Monk vai ao Teatro", 6º episódio da 2ª temporada. No episódio, sua atriz substituta arma um esfaqueamento durante uma apresentação e faz com que a culpa caia em cima de Gail. Em "Sr. Monk e o Terremoto" ela diz que Sharona copia ela (mudando para São Francisco, comprando a mesma bolsa).



Jack Monk (Dan Hedaya): Pai de Adrian e de Ambrose Monk. Também é pai de Jack Junior, meio-irmão de Adrian e Ambrose. Adrian encontra seu pai pela primeira vez em 39 anos no episódio "Mr. Monk Meets His Dad", 9º episódio da 5ª temporada.









Astros Convidados



A série tem dado destaque a muitos astros convidados, até o final das 5 temporadas, incluindo Brooke Adams, Jason Alexander, Sean Astin, Danny Bonaduce, James Brolin, Brooke Burke, Dan Butler, Rosalind Chao, Enrico Colantoni, Alice Cooper, Brett Cullen, Tim Curry, Tim Daly, Charles Durning, Carmen Electra, Fred Ewanuick, Jon Favreau, Willie Garson, Joy Giovanni, Bob Gunton, Dan Hedaya, Korn, Brooke Langton, Chi McBride, Andrew McCarthy, Malcolm McDowell, Laurie Metcalf, Larry Miller, Glenn Morshower, Charles Napier, Kevin Nealon, Willie Nelson, Judge Reinhold, Andy Richter, Amy Sedaris, Sarah Silverman, Nicole Sullivan, Holland Taylor, Danny Trejo, Stanley Tucci, Steven Weber, Mykelti Williamson, Rainn Wilson, Janet Wright,Alfred Molina e, o mais recente, Snoop Dogg.



Local das Filmagens



Embora o cenário seja em São Francisco, Monk teve a maior parte dos cenários filmada em outros lugares, exceto lugares que caracterizam pontos turísticos da cidade, como a Ponte Golden Gate. O episódio piloto foi filmado em Vancouver, Colúmbia Britânica e os episódios subseqüentes da 1ª temporada foram filmados em Toronto, no estado de Ontário. A maioria dos episódios das temporadas 2-5 foram filmados em Los Angeles, Califórnia, incluindo o palco dos Estúdios Ren-Mar (estes incluem o apartamento de Adrian, a casa de Sharona, o escritório de homicídio, o escritório do Dr. Kroger, e a casa de Natalie). (Wikipedia)



Toniolo, o pichador "esquizofrênico paranóide" que marcou época em Porto Alegre

Uma idéia na cabeça – divulgar o seu próprio nome – e um spray na mão. Autodenominado-se o “Rei Mundial da Pichação”, Sérgio José Toniolo levou isso às últimas conseqüências e tornou-se quase uma lenda viva em Porto Alegre: quem, com mais de 30 anos, alguma vez não viu a palavra “Toniolo” escrita em algum muro, algum prédio, alguma passarela, algum monumento ou até mesmo alguma calçada ou asfalto?
CELEBRIDADE - Um rei cujo reinado não é nada recente – iniciou, mais exatamente, no final dos anos setenta e ganhou força nos anos 80, quando, de fato, se tornou uma celebridade incontestável, foi preso, ameaçado de morte, algemado, internado e até levou alguns tiros.Nada disso, naqueles anos, tirou a disposição desse homem calvo, hoje com 60 anos, escrivão de polícia aposentado, solteiro, segundo grau completo, sem filhos e morador do vizinho bairro de Petrópolis – mais exatamente na avenida Taquara, onde reside na parte baixa de um edifício. Hoje Toniolo está mais sossegado, não freqüenta mais as manchetes de jornais, não é notícia. Está, por assim dizer, apagado, ou em recesso. Talvez seja a idade, o tempo, o cansaço, a saúde. Sem reposição, seu nome, antes tão onipresente, foi se apagando dos edifícios, dos muros e vias públicas, por força do tempo, da limpeza, da chuva. É a fase do crepúsculo.Mas a lenda urbana chamada Toniolo persiste – o Pai e o Rei dos Pichadores, ou, como ele dizia, “o único pichador que não faz símbolos incompreensíveis e assina o seu próprio nome”.Louco ou não, Toniolo entrou para a História por suas próprias mãos. Literalmente. Em um tempo em que a pichação se tornou uma praga, obra de gangues sem rosto e muitas vezes violentas, de pessoas semi-alfabetizadas e toscas, Sérgio José Toniolo distingue-se por ter pertencido a uma outra espécie: inteligente, esse homem que os médicos apontaram como “esquizofrênico paranóide” (aposentou-se por força da doença), e que foi interditado e preso, julgava-se um “anarquista”. Isso, é claro, depois de ter sido impedido de se candidatar a deputado estadual pelo PMDB no início dos anos 80. Depois, em sua própria cabeça, tornou-se várias vezes candidato pelo inexistente Partido Anarquista Brasileiro – foi inclusive, em sua cabeça, candidato à Presidente da República, usando, em todas as vezes, o seu número cabalístico 1543.
"BRASILEIRO É ACOMODADO" – Segundo a Medicina, quem sofre de esquizofrenia paranóide tem, geralmente, mania de grandeza e de perseguição. As duas coisas não faltaram a Toniolo: foi, nos anos setenta, o recordista brasileiro em colaborações às seções de “Cartas do Leitor” de todos os jornais possíveis – escreveu mais de mil, sobre todos os assuntos, da sujeira das ruas, das fezes dos caos à cretinice dos políticos. E vivia fugindo da polícia e dos donos de imóveis.Quanto às pichações, garante que fez bem mais de 70 mil delas, gastando, pelos seus cálculos, mais de 100 mil reais ao longo de tantos anos, tudo do seu próprio bolso. Gastou em sprays (às vezes mais de um por noite), tintas, pincéis. Mandou fazer pandorgas com seu nome escrito para lançá-las ao ar. Defendeu o voto nulo, o anarquismo. Costumava dizer que o brasileiro é “frouxo e acomodado” – o que ele, de fato, não era: grão-mestre da autopromoção e da publicidade-artesanal-em-série-ininterrupta, apanhou, desafiou deliciosamente, experta e inocentemente o Poder com seu spray, divertiu os cidadãos da cidade e demonstrou o poder de fogo de um homem só – maluco, com certeza, mas, vá lá, incrivelmente e determinado como só estes podem ser. E divertido. Palhaço. Cavaleiro solitário. Carlitos com mania de grandeza.
ENGANANDO A BRIGADA - Matéria de reportagens e notícias em jornais, sua história foi ao ar no programa Fantástico, da Rede Globo, em 1981. Em 1984, quando Jair Soares era o Governador do Rio Grande do Sul, anunciou a todos – telefonava às redações – garantindo que iria pichar seu nome na fachada do Palácio Piratini.Feita a ameaça, a segurança foi alertada e reforçada. Não contavam eles, porém, com a astúcia do Rei Mundial da Pichação: para identificá-lo e barrá-lo, os policiais tinham apenas uma foto sua, antiga, em que aparecia ainda com cabelos. Toniolo, contudo, já era quase totalmente careca, àquelas alturas. Caminhando, saiu tranquilamente da vizinha Catedral Metropolitana e, passando pelos brigadianos, chamou-os angelicamente de “meu irmãos”. Quando se deram conta, já havia pichado a quase totalidade do seu nome (faltaram duas letras) na imponente sede do Governo do Estado. Mandado então ao Hospital Psiquiátrico São Pedro, aplicou outro golpe digno dos melhores filmes de Hollywood.Conhecido dos plantonistas, disse a estes que os dois policiais civis que o escoltavam eram colegas seus, “com mania de polícia”. Desconcertados, os plantonistas foram para cima dos homens da lei – e Toniolo, sorrateiramente, fugiu pelos fundos do prédio. Mais tarde, anunciou que iria pichar o Palácio do Planalto, mas essa parada ele perdeu – foi detido dentro do ônibus que seguia para Brasília. “Mas consegui o que queria”, disse o mestre da Publicidade. “Não tenho medo de ser preso: é uma propaganda”, alardeava ele, com toda a razão.Quanto ao conteúdo do seu discurso, as suas “propostas”, bom, deixa pra lá: ele não é diferente da grande maioria dos políticos brasileiros.
CACHÊ – Toniolo sempre disse que ninguém nunca contou, verdadeiramente, a sua história, e por isso ele cobrava, mais recentemente, 10 mil reais por entrevista a qualquer veículo de comunicação e 100 mil para estrelar comerciais, onde apareceria, inclusive, com seu célebre spray. Obviamente, nenhum jornal, revista ou tevê pagou o que ele pediu e nenhuma agência o convidou para ser garoto-propaganda, nem mesmo da Casa das Tintas. Talvez tenha sido um talento não aproveitado da propaganda gaúcha.O dinheiro, que nunca veio, serviria, afirmava, para ressarci-lo das despesas com o material de pichação, desde quando iniciou na atividade para realizar a missão que, afinal, conseguiu: firmar no mercado a “marca Toniolo”. Firmar uma marca custa muito dinheiro. Quanto vale a marca Toniolo? Rei da publicidade artesanal, Dom Quixote, da idéia na cabeça e do spray na mão, Toniolo é, dizem, um homem solitário que não dá entrevistas e não permite fotos. Há quem diga que está com problemas de saúde. A pessoa que ligar para sua residência (como fez este blog) ouvirá a indefectível gravação: “Mensagem gratuita: este telefone temporariamente fora de serviço. A Brasil Telecon agradece.”Nesta campanha eleitoral que se avizinha Toniolo estará fora e não será candidato, nem mesmo pelo seu imaginário Partido Anarquista.Um dia, talvez, a lenda viva da propaganda pessoal vire tema de filme ou documentário, do tipo “Contador de Histórias”. Quem sabe. (Conselheiro X.)

segunda-feira, outubro 01, 2012

Botânico: mecânico lembra do tempo das chácaras e das plantações de agrião

Mauro Ustra Silva, 63 anos, estofador e chapeador, dono de uma pequena oficina na rua Guilherme Alves, veio para o Jardim Botânico com apenas um ano de idade e viveu quase toda a sua vida aqui.Um dos moradores da "velha guarda", ele lembra do bairro quando tinha um ar quase rural, com muito verde, muito chão de terra batida, moradores que se conheciam e se cumprimentavam e inúmeras casinhas de madeira habitadas por humildes funcionários públicos e chacareiros, em sua maioria. "Naquela tempo, lá pelo início dos anos sessenta, isso aqui era mais conhecido como a Vila dos Bravos, por causa de uma família muito conhecida e esquentada", recorda. Boa parte deles ainda reside por aqui.



A realidade daqueles tempos era bem diferente da de hoje, logicamente. O bairro, batizado oficialmente de Jardim Botânico (1959), ainda era chamado de Vila São Luiz e não havia asfaltamento em nenhuma rua - nem mesmo na Barão do Amazonas ou na Salvador França, onde hoje passa a Terceira Perimetral. "A Salvador era uma estrada de chão. Quando chovia, virava um barral e muitos automóveis atolavam ali", afirma. Já a Barão do Amazonas - hoje a principal via do JB - contava com um pequeno comércio, com destaque para o armazém do Caboclo, o mais bem sortido. Também existia o armazém da dona Versa, na rua Valparaíso, em uma casa de alvenaria que ainda existe e ainda é ponto comercial.



Outros estabelecimentos daquele tempo: o bar e armazém do seu Antonio Mocelin, onde hoje está o centro comercial da rua Felizardo. "Também lembro do bar e armazém do seu Fraga, que era gremista fanático. As crianças, quando o Grêmio perdia, costumavam pintar a fachada de vermelho, deixando o velho enfurecido. Mas quando o Grêmio ganhava ele ficava que era um doce".



Outra informação interessante: a fábrica de carroças do seu Lúcio, uma pequena e artesanal indústria que fabricava não somente carroças como ou demais utensílios para os carroceiros, que então eram numerosos no bairro. Ela estava localizada na Guilherme Alves, nas proximidades da atual paróquia São Luiz, que então não existia, e "foi a montadora de veículos do nosso bairro". Mais distante, também na Guilherme, no alto, havia o Torrão Gaúcho, uma fábrica de rapaduras na qual Mauro chegou a trabalhar quando criança. "O dono era o seu Guimarães".



CHACARA DAS CAMÉLIAS - Por essa época o bairro se notabilizava por ser um grande produtor de agrião e também de flores, plantados em pequenas chácaras e transportados para o Mercado Público em carroças e charretes.



No ramo de flores, um dos mais famosos exibia um nome poético: era a Chácara das Camélias, localizada no alto da rua Guilherme Alves. "Eles plantavam flores, que serviam para fazer coroas de defuntos", esclarece Mauro. A rua Guilherme Alves, naquele tempo, não estava aberta e contava unicamente com uma estreita ligação com a avenida Protásio Alves, uma picada por onde não transitavam carros e sim carroças. Onde hoje está o Condomínio Residencial Felizardo Furtado havia uma chácara de agrião - também vendido no Mercado Público. "Outra chácara ficava perto, onde hoje estão sendo construídos os dois grandes edifícios da Rossi. E perto da praça Nações Unidas tinha a chácara da família Pieretti". O lazer, naquela época, era pouco e simples: reuniões dançantes, quermesses, jogos de futebol, bailes. Mauro recorda do clube Universal - que não mais existe - e seus dois campinhos de terra, situados onde hoje está o shopping Bourbon. Outro time era o Esporte Recretivo Americano, presidido por seu Murilo. Porém já existia o campo do Ararigbóia, palco de torneios memoráveis que, não raro, acabavam em pancadaria. Nesse tempo o bairro não tinha a mínima infra-estrutura, incluindo aí o esgoto. "O recolhimento do esgoto era feito pelos cabungueiros, ou cubeiros, que passavam e recolhiam os cubos com os dejetos". Por sua vez, os alagamentos eram constantes e, à noite, a iluminação pública deixava muito a desejar.



"Mas não havia assaltos naquela época, até porque o pessoal respeitavam a polícia", afirma Mauro Ustra."Mas o que eu tenho mais saudades mesmo é dos banhos e pescarias no arroio Dilúvio, que era limpinho e onde a gente costumava pescar bagres, tão limpo que dava para ver o fundo. Perto da PUC havia o "Banheiro dos padres", a nossa praia. O riacho, naquele tempo, não era canalizado e a Ipiranga nem estava pronta", rememora o estofador.

Hebe em 1951, aos 22 anos

A Revista do Globo, de Porto Alegre, publicou várias páginas com a jovem Hebe Camargo, em 1951, quando ela tinha 22 anos. A coleção da revista está no Arquivo Histórico de Porto Alegre, na avenida Bento Gonçalves.