quinta-feira, janeiro 30, 2014

A miss que encantou Peter Sellers e venceu outras 49 candidatas do mundo todo

Yeda Maria Vargas, em foto de 1963, logo depois que ganhou, no Rio, o título de Miss Brasil 1963, e antes de seguir para Miami Beach, onde conquistaria o título máximo, de Miss Universo daquele ano - a segunda gaúcha e brasileira a merecer esse feito. A foto foi publicada na Revista do Globo. Yeda teve, na volta a Porto Alegre, depois da apoteose no Maracanãzinho,  recepção digna de um chefe de Estado, com a presença do governador Ildo Meneghetti e do prefeito José Loureiro da Silva, entre outros.
Yeda, nos dias de hoje: ele foi miss aos 18 anos e chegou a ser convidada para trabalhar como atriz em Hollywood. Derrotando candidatas de outros 49 países, a gaúcha que morava no bairro Petrópolis teve, no grupo de jurados, um admirados especial: o ator Peter Sellers, que lhe deus as notas máximas em tudo.
Nani, A Charge Online


Hoje Vanessa Redgrave faz 77 anos, Otávio Augusto 69 e Maria Luiza Mendonça 44. 

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Adnael, em A Charge Online

Everaldo Marques, o tricampeão mundial de futebol que virou uma estrela dourada na bandeira do Grêmio


A morte de Everaldo e familiares chocou o Rio Grande do Sul naquele final de outubro de 1974. Um ano e meio mais tarde a família Marques foi vítima de outra tragédia: Sidnei, irmã do jogador, jogou-se do alto do edifício da Renner, durante o incêndio que matou mais de 40 pessoas em abril de 1976.



Pesquisa e texto: Vitor Minas

 

    Às 22h30min de 27 de outubro de 1974, domingo, o ex-lateral esquerdo do Grêmio e tricampeão mundial de futebol pela seleção brasileira na Copa de 1970, no México, Everaldo Marques da Silva, colidiu seu automóvel Dodge-Dart contra a traseira de uma carreta Mercedes-Benz carregada com 24 toneladas de arroz e com placas de Santa Maria. Ou melhor - não colidiu, foi colidido.
   Muito popular em todo o Estado, homenageado e paparicado depois da Copa (negro em um clube e em um Estado considerados racistas, foi o único representante gaúcho no selecionado), Everaldo havia, na prática, encerrado a carreira nos gramados e fazia então campanha eleitoral para eleger-se deputado estadual nas eleições de 15 de Novembro de 1974 pela Aliança Renovadora Nacional, ARENA, partido governista.

    Conduzido ainda com vida ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, faleceu a caminho – com ele morreram sua esposa, Cleci Helena, e sua filha Deise, de apenas três anos. Cleci teve morte instantânea – foi arremessada para fora do carro. No dia 3 de maio, também um domingo, morreu a irmã de Everaldo, Romilda, totalizando quatro vítimas fatais. O acidente aconteceu em uma grande reta, na altura do quilometro 43 da BR-290 (Porto Alegre-Uruguaiana), município de Cachoeira do Sul.  Tripulado por sete pessoas – Everaldo, Cleci e Deise e a filha mais velha, de seis anos, Denise, a irmã do jogador, Romilda, o tio Jardelino e a cunhada Maria Madalena Pereira da Silva, o carro havia sido presente de uma concessionária de Porto Alegre pelo tri conquistado no México.

   Apesar de todos, no calor do momento, culparem o caminhoneiro Vergilio Broglio (que se confessou “um gremista doente”), de 48 anos, motorista do Mercedez, residente em Santa Maria e que seguia em direção a Porto Alegre, constatou-se que Everaldo, cansado e na pressa de chegar logo a Porto Alegre, dirigia em alta velocidade (cerca de 160 km por hora, segundo apurou a perícia). Já o caminhoneiro não calculou corretamente a manobra de saída do restaurante e posto de gasolina “Constante”, retornando bruscamente à rodovia – ele também não prestou socorro às vítimas e, segundo testemunhas, tentou fugir do local do acidente, sendo interceptado por outro carro que o perseguiu. A rodovia, à época, apresentava pistas em bom estado e era bem iluminada.

   O campeão mundial tinha ido a Cachoeira participar de um jogo dos veteranos do Grêmio contra a equipe de um ginásio local dos Irmãos Maristas – os veteranos venceram por 6 a 3, Everaldo teve uma participação discreta, mas, sem dúvida, foi o responsável pelo bom público pagante. Ele chegou com a família em seu Dodge amarelo (os demais jogadores vieram de ônibus fretado), distribuiu santinhos da sua campanha, deu autógrafos, posou para fotos e, no início da noite, participou de uma confraternização.  Na saída, Loivo – jogador do Grêmio que o apoiava no corpo-a-corpo político - gritou-lhe do interior do seu Chevette: “Nos encontramos em Minas do Butiá pra tomar uma champanha!”.

   Apesar de já não estar mais relacionado entre os titulares do Grêmio ele ainda mantinha contrato de trabalho com o clube (ganhava 15 mil cruzeiros mensais). Havia, inclusive, acertado com os dirigentes a realização de um jogo de despedida, igualmente comemorativo dos seus 15 anos de casa, marcado para julho do próximo ano. No sábado – lembraram depois seus colegas e amigos – Everaldo ainda esteve no Olímpico, participando de trabalhos físicos e treinamentos leves.

   Surgido no Grêmio ainda criança, ele assinou seu primeiro contrato com o tricolor em janeiro de 1961, na categoria infantil - era alto, magro e canhoto no chute. Everaldo foi campeão estadual em 66, seguindo-se os títulos de 67 e 68 (o hepta tricolor). De junho de 1965 a outubro de 1966, esteve emprestado ao Juventude de Caxias do Sul.  Foi convocado para a seleção de 1970, sem nenhuma garantia de ser titular, o que acabou de fato acontecendo graças, sobretudo, à sua aplicação tática e ao seu jogo simples, discreto e eficiente. Na definição do seu ex-técnico Carlos Froner, “era um jogador que crescia de acordo com a importância da partida”. Era também considerado um atleta viril, mas leal em suas disputas, o que lhe valeu o prêmio disciplinar Belfort Duarte da Confederação Brasileira de Desportos.

   Naquele domingo à tarde, no Olímpico, o time da casa, treinador por Sérgio Moacir, havia vencido a equipe do Caxias por 1 a 0, gol de Dionísio. O ataque gremista, formado por Luis Freire, Iúra, Tarciso e Bolívar, teve grandes dificuldades para superar a retranca grená.

   Em meio à grande comoção, Everaldo foi enterrado no cemitério João XXIII, junto com a mulher e a filha – coincidência ou não, o local havia sido campo do Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre. Mais tarde, em homenagem ao jogador, o Grêmio inseriu uma estrela dourada em sua bandeira oficial.

As duas misses gaúchas: a coroa da beleza mundial

A antiga Revista do Globo, de Porto Alegre, que durou de 1929 até 1967, sempre dedicou bons espaços aos concursos de miss - como, aliás, faziam quase todos os meios de comunicação daquela época, anos cinquenta e sessenta. No agitado ano de 1963, quando Jango era o presidente do Brasil, Yeda Maria Vargas - que havia sido miss Porto Alegre e miss Rio Grande do Sul - elegeu-se miss Brasil e foi representar o nosso país no miss Universo - e não é que ganhou. Nesta edição da RG a publicação compara as duas misses universos que saíram do Brasil - coincidentemente, gaúchas. Mais tarde a baiana Marta Vasconcellos também chegaria ao título máximo da beleza.  (V.M.)

terça-feira, janeiro 28, 2014

A grande enchente de 1941: Águas de Maio

Revista, editada em 2011, relatando o que foi a grande enchente de maio de 1941 - o maior flagelo natural que assolou o Rio Grande do Sul. Autor: Vitor Minas. 60 páginas, papel couché, capa colorida.  R$ 15,00

Com a Pulga Atrás da Orelha, em 1962

Com a Pulga Atrás da Orelha. A peça, do francês Feydeau, que vinha a Porto Alegre naquele mês de setembro de 1962 (52 anos atrás, portanto) tinha no elenco, como destaque, a atriz Fernanda Montenegro, 32 anos, ganhadora de vários prêmios pela qualidade do seu trabalho nos palcos. Com ela vinham, entre outros, Ilka Salaberry, Cláudio Correa e Castro e Francisco Cuoco. A venda os ingressos acontecia na Drogaria Panitz, em frente à Casa Victor (lembram?), na rua dos Andradas, e as apresentações aconteciam no teatro São Pedro.. Reprodução do Correio do Povo, Arquivo Histórico de Porto Alegre.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

27 de abril de 1976... Lembra?


S. Salvador, em O Estado de Minas. A Charge Online.

Glória Menezes, "a gauchinha de Pelotas", veio ao avant-premiére de O Pagador de Promessas no cine Cacique, em Porto Alegre

Em setembro de 1962, ainda comemorando a premiação de O Pagador de Promessas no Festival de Cannes, na França, a atriz Glória Menezes - gaúcha de Pelotas - esteve em Porto Alegre. Muito badalada, bonita e simpática, ela compareceu ao "avant-première" do filme no cine Cacique, na rua dos Andradas, desfrutando os ouros da fama, conforme se lê nesta notícia do Correio do Povo de 2 de setembro de 1962. Gloria tinha apenas 27 anos - faria 28 em outubro daquele ano.

domingo, janeiro 26, 2014

sexta-feira, janeiro 24, 2014

Se não fosse assassinada pelo psicopata Charles Manson, a atriz Sharon Tate faria hoje 70 anos


   

 
Foi pior e muito, muito mais assustador do que as principais cenas de "O Bebê de Rosemary", filme de Roman Polanski que fez (e faz) um tremendo sucesso no final dos anos sessenta. Assassinada a facadas, pendurada no teto, a atriz e mulher do diretor Polanski foi uma das cinco vítimas de um psicopata chamado Charles Manson (foto) e de sua "família" - na realidade uma seita satânica formada por jovens desajustados, "hippies" do mal, todos na faixa dos vinte e poucos anos, e que viam em Manson o seu profeta e guru, obedecendo-o cegamente.

Na noite de 8 para 9 de agosto de 1969, na cidade de Los Angeles, Califórnia, um grupo de cinco discípulos de CM penetrou na mansão de Polanski (que estava viajando) e Tate, no elegante bairro de Bel Air, e consumou um dos mais chocantes e rumorosos crimes dos anos sessenta. Vestidos com roupas pretas e capuzes, os assassinos (dois rapazes e três moças) cortaram os fios de eletricidade e do telefone e deram início à matança. À exceção de um, que estava armado com um revólver calibre .22, os demais portavam facas. Sharon, 26 anos, teria implorado pela vida de seu filho, pois estava nos dias finais da gravidez de um bebê que se chamaria Paul. Suas súplicas, no entanto, foram inúteis. Os assassinos penduram o corpo da atriz em uma viga no teto, ao lado do de um outro amigo seu, e depois escreveram à sangue, na porta da casa, a palavra "pigs" (porcos).

O crime - chocante, por si mesmo - atraiu a atenção da imprensa internacional por envolver uma jovem, bela e promissora atriz e seu marido, Polanski, que recentemente havia lançado o estrondoso sucesso "O Bebê de Rosemary", com Mia Farrow - a história de uma seita satânica que se apossa de um bebê, considerado o filho do Diabo.Ouvido por uma emissora de TV, o escritor Truman Capote - também recente sucesso com o seu romance de não-ficção "A Sangue Frio" - era da opinião de que havia um só assassino, provavelmente um maníaco sexual.Na verdade, errou feio, embora a polícia, nos primeiros meses, também não conseguisse chegar a resultados palpáveis.Nesse meio tempo, o pai de Sharon visitava acampamentos hippies, fingindo-se de um deles. Nesse mundo à parte, corria à boca pequena a história do crime; todos sabiam que aquilo fora praticado pela seita de Manson, que vivia em um rancho localizado em um vale próximo a Goler Canyon, arredores de Los Angels. Foi dessa comunidade satânica de mais de 20 pessoas - a "família" - que saíram os assassinos àquela noite.Manson, nascido em 11 de novembro de 1934, o líder da seita, tinha uma biografia apropriada para um psicopata: sua mãe foi abandonada pelo pai aos 16 anos de idade, quando estava grávida. Criado por uma avó materna, a princípio, depois por um casal de tios que não o suportava, acabou em reformatórios do Governo. Místico, racista, tinha poder absoluto sobre a seita. Condenado à morte um ano depois, teve sua pena permutada por prisão perpétua, que ainda cumpre. Ele já tem quase 80 anos.


Charles Manson, aos 79 anos: um dos assassinos mais célebres do século XX continua atrás das grades.

Em 1967, o incêndio que destruiu o edifício do Grande Hotel deu fim a uma era de sofisticação e opulência


Pesquisa e Texto: Vitor Minas

    Talvez não tenha havido construção mais intimamente ligada à história política dos gaúchos e ao seu “grand monde” da capital do que o Grande Hotel, na Rua dos Andradas, esquina com a Caldas Júnior, a antiga Rua Payssandu, local onde hoje é o Shopping Rua da Praia.
    Fundado com este nome em 1908 foi, até os anos cinquenta, considerado a mais tradicional, prestigiosa e sofisticada casa hoteleira de Porto Alegre. Em seus apartamentos se hospedaram poderosos políticos brasileiros, diplomatas, influentes empresários e personalidades do mundo das artes e dos esportes. O Marechal Hermes da Fonseca, o senador Pinheiro Machado, Assis Brasil, Flores da Cunha, Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, Lindolfo Collor, Raul Pila, Salgado Filho, o general norte-americano Mark Clark, o Marechal Cândido Rondon. Foram nas dependências do Grande Hotel (a sede informal de todos os partidos políticos) que se estabeleceram as premissas para a pacificação do Rio Grande do Sul em 1923 e foi também lá que se arquitetou o plano para a Revolução de 1930 que levou Getúlio ao Catete e sepultou a República Velha. Em seus salões aconteciam os banquetes mais elegantes, as festas mais concorridas, as jogatinas profissionais, flertes, brigas, luas-de-mel e encontros amorosos. Muitas famílias ricas e estudantes abastados ali moravam de forma permanente. Símbolo da Belle Epóque porto-alegrense, das suas janelas e sacadas assistia-se o “footing” de uma Rua da Praia ainda glamourosa, com seus restaurantes, cafés, cinemas, lojas finas e homens e mulheres elegantemente trajados.
    Em meados de 1956 – naquela que é considerada uma das maiores transações imobiliárias de Porto Alegre em muitas décadas – o prédio foi vendido ao Grêmio Beneficente dos Oficiais do Exército, GBOEX, e rebatizado com o nome de Edifício General Mallet, militar brasileiro nascido na França, patrono da arma de artilharia. O Grande Hotel funcionou até o início de 1957, quando foi entregue aos novos proprietários, que o readaptaram para fins comerciais. Até essa época a construção, com três alas e sete andares, contava com 180 salas e capacidade para receber até 250 hóspedes individuais, que pagavam caro para desfrutar de finíssimas louças e talheres importados e comer e beber do bom e do melhor.
   As obras do edifício, a cargo do construtor Francisco Tomatis e fiscalizada pelo engenheiro Viberbo de Carvalho, iniciaram em 1916 e terminaram dois anos depois, em uma Porto Alegre que não chegara ainda a 200 mil habitantes, concretizando o sonho do imigrante francês João Pedro Bourdette e seu genro Cristino Cuervo. Os dois empresários, no entanto, não viveram o suficiente para ver a venda do seu patrimônio. Em 1956 os três filhos de Cristino Cuervo é que dirigiam o negócio.
SÁBADO, DIA 13 – No final da tarde daquele sábado de 1967, quando a Porto Alegre de 800 mil habitantes dançava ao som da Jovem Guarda e dois dias após a violenta repressão policial a um protesto de estudantes contra o regime militar (eles foram espancados até mesmo dentro da Catedral Metropolitana ) , nesse dia 13 de maio, data da abolição da escravatura no Brasil, véspera do Dia das Mães, um incêndio de grandes proporções iniciou no quinto andar do edifício Mallet. As chamas se propagaram com tal força e rapidez que muitos clientes do tradicional Salão Cruzeiro fugiram com metade da barba por fazer e o cabelo só em parte cortado. Eram 18h30min, caía a noite e os bombeiros demoraram a chegar – quando isso aconteceu a água dos raros hidrantes mostrou-se com pouca força e foi necessário buscá-la no rio Guaíba.
    Dada a intensidade das chamas e dos jatos das mangueiras temia-se que todo o velho prédio viesse abaixo. Também as fagulhas que se espalharam geraram o temor de novos focos. Felizmente nenhuma construção vizinha foi atingida e as grossas paredes de tijolos mantiveram-se de pé. Às 23h30min o incêndio já estava praticamente dominado.
MUITOS PREJUÍZOS E DESEMPREGADOS – No coração da cidade, com sua bela e histórica fachada, o Mallet era um importante centro comercial da capital gaúcha. Grande número de profissionais liberais, entidades de classe e representações comerciais operavam em suas salas. No último pavimento estava o Círculo Militar de Porto Alegre e no andar térreo localizava-se a nova farmácia do GBOEx, o Salão Cruzeiro, a Livraria Jackson, o escritório dos municípios gaúchos e a agência Radional.  
   Com o sinistro de maio criou-se também um problema social e trabalhista. Dezenas de homens e mulheres perderam seus empregos e rendas, milhares de papéis, contratos e documentos importantes foram destruídos e vultosos prejuízos de equipamentos e máquinas não puderam ser cobertos pelo seguro – o do prédio como um todo era igualmente irrisório. Os funcionários do tradicional Salão Cruzeiro, por exemplo, trabalhavam como diaristas e passaram os dias seguintes procurando colocação em outras barbearias.  Por sua vez os empregados em pequenas firmas pouca esperança tinham de uma possível indenização já que seus patrões também haviam perdido tudo.  
    Não só humildes empregados como instituições e nomes conhecidos da vida de Porto Alegre, inquilinos do prédio incendiado, viveram dias angustiosos naquele outono de 1967. A relação fornecida pelo próprio GBOEx incluía o advogado José Henrique Mariante (o delegado que acudiu durante o incêndio da Casa de Correção, doze anos antes) o também advogado, jornalista e vereador Alberto André, o político João Brusa Neto, o jornalista e colunista esportivo Cid Pinheiro Cabral, o ex centro-avante do Grêmio Rubens Mostardeiro Torelly. Também tinham endereço no Mallet a diretoria regional dos Correios e Telégrafos, a Editora Mérito, a Agência Marítima Interamericana, a Companhia Rádio Internacional do Brasil, o Banco Ítalo Belga, a União Gaúcha dos Estudantes Secundários, o Centro de Confraternização Jaguarense, Associação dos Licenciados do Rio Grande do Sul, o Centro Itaquiense, a Federação Gaúcha de Futebol de Salão, Dioni York Bado, Livraria Ibal, Centro dos Oficiais Administrativos do Estado, Territorial Vale do Araguaia.
    Especialmente prejudicados ficaram os segurados do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários e Empregados em Serviços Públicos, IAPFESP, um dos principais órgãos de assistência social brasileiro e cujos fichários locais haviam sido totalmente consumidos pelo fogo. Com eles desapareceram a história clínica de milhares de pacientes, além de equipamentos de radiologia, fisioterapia, odontologia, raio X, entre outros. Felizmente os bombeiros haviam conseguido isolar a tempo os laboratórios onde estavam depositadas grandes quantidades de ácidos e produtos inflamáveis – atingidos pelo fogo, a explosão seria monumental e de consequências imprevisíveis.


quinta-feira, janeiro 23, 2014

Estádio do Inter já está pronto para a Copa! A de 50...

Na Copa de 1950 o estádio dos Eucaliptos, na rua Silveiro, bairro Menino Deus, foi a sede de uma das chaves daquele que foi o quarto campeonato mundial e que seria, como todos sabem, vencido pelo Uruguai em um Maracanã lotado. Porto Alegre, com seus pouco mais de 400 mil habitantes, sediou dois jogos - México e Suiça e México e Iugoslávia. O México, que aqui jogou com a camiseta do Cruzeiro em sua partida contra a Suíça (as cores coincidiam e eles queriam agradar a torcida gaúcha), preocupou-se mais em fazer festas e desfrutar da companhia das belas gaúchas do que empenhar-se em vencer alguma coisa (foram duramente repreendidos depois pela federação mexicana de futebol).
   Para aquela que foi a primeira Copa do pós-guerra  estádio do Inter foi remodelado, ganhou novas arquibancadas de cimento, alambrado em volta e vestiários mais decentes. Com as melhorias, a capacidade chegava a 35 mil pessoas - uma enormidade para a época. A reprodução acima é do Correio do Povo, antes de iniciado o certame e dá para se notar que as melhorias que a FIFA exigia naquela época não eram as mesmas dos tempos de hoje... Outro detalhe a se observar é que os Eucaliptos foram antecipadamente anunciados como o campo do jogo entre Uruguai e França, bem mais emocionante do que Suíça e México, por exemplo. Mas a França desistiu de vir ao Brasil (as seleções eram convidadas naquela improvisada competição "tapa-furo"), alegando que depois teria de jogar no Recife, enfrentando uma desgastante viagem aérea nas calorentas terras tropicais.

Hoje João Ubaldo Ribeiro faz 73 anos e a princesa Caroline de Mônaco (foto de 72) faz 57.
Jader, em O Correio (RS).  A Charge Online

quarta-feira, janeiro 22, 2014





Hoje Leonel Brizola faria 92 anos, Marilia Pera faz 71, Rogério Ceni faz 41, Linda Blair 55 e Caio Castro 25.
Genildo, em A Charge Online

Brizola teve uma grande paixão: sua própria mulher, Neuza

Ela foi a grande companheira de Leonel Brizola (falecido) - e, em toda a sua vida, habituou-se a conviver com o poder. Isso, porém, não a impediu de ter uma existência sofrida, cheia de altos e baixos, e de, por uns tempos, tornar-se alcoólatra.
Neuza Goulart Brizola, mulher do ex-governador gaúcho e fluminense - o amado e odiado homem que garantiu a Legalidade e a posse de Jango, seu irmão - faleceu em 7 de abril de 1993, uma quarta-feira, aos 71 anos de idade, na clínica Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, onde morava. O laudo atestou infecção generalizada e sérios problemas respiratórios. Foi enterrada em São Borja, assim como Jango, assim como Getúlio Vargas (que foi seu pardinho de casamento), assim como Leonel, também falecido (sem ter nunca ter realizado o seu sonho de se presidente).
Elegante, discreta, bonita, Neuza conheceu Leonel em uma convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, em São Borja, onde nasceu, ainda nos anos quarenta. Conta-se que trocou um outro pretendente rico por um jovem engenheiro em início de carreira política. Quando casaram-se, ela tinha 28 anos - e nunca se arrependeu da opção: a união dela com o temperamental Brizola parece ter sido amorosa, senão apaixonada. O marido chamava-a de "queridinha", era seu confidente e amigo. Foram apaixonados por toda a vida e tiveram três filhos - João Vicente, João Otávio e a problemática Neusinha - recentemente falecida.
Não era para menos: ao lado do líder trabalhista, Neuza suportou muitos anos de exílio (15 longos anos) e perseguições políticas em terras estranhas, sem jamais esmorecer. Antes, quando Brizola era governador do Rio Grande do Sul, chegou a doar uma de suas sete fazendas - que herdou dos pais - para a reforma agrária que seu marido promoveu no Estado, e vendeu outras quatro para garantir o sustento da família, no período da Ditadura, quando viveram no Uruguai e depois em Portugal e nos Estados Unidos. Vendeu mais uma, quando voltaram ao Brasil, em 1979, para comprar o apartamento na avenida Atlântica, em Copacabana - o QG de Brizola, e onde morou até a sua morte.
DEPRESSÃO - Os primeiros seis anos de exílio foram duros. No frio Uruguai, viveram em um apartamento sem calefação ou ar condicionado. Depois a família mudou-se para uma fazenda, a 250 km de Montevidéo - lá não havia energia elétrica ou telefone. Mulher prendada, pela primeira vez obrigou-se a cozinhar. Disse mais tarde, sobre isso: "Só quem passou pelo exílio sabe como é triste ser brasileiro fora de sua pátria".
Em 1983, no Brasil, tratou-se durante 75 dias, nos Estados Unidos, de uma crise de depressão, algo cada vez mais comum - sequer chegou a asistir à posse do marido no Palácio Laranjeiras. Mais tarde internou-se em uma clínica para recuperação de alcoólatras, na Espanha.
Em 7 de janeiro de 1993, em Nova York, foi internada às pressas em um hospital, com uma úlcera perfurada. Permaneceu dois meses na UTI, sedada. Carinhoso, Brizola a visitava duas vezes por dia e passava longas horas à beira da cama, afagando seus cabelos. Alguns dias antes da sua morte, sem poder falar, trocava bilhetes com o marido.
Talvez por tudo isso, Neuza abusava dos calmantes e antidepressivos, bebia muito e fumava. Em 1986, ela e Leonel combinaram de parar de fumar - o que ele conseguiu, ela não. A esse tempo já havia se submetido a uma operação para a retirada de um tumor em um dos seios. Sofreu também com as brigas entre seu marido e o irmão Jango - reconciliados enfim em 1976, pouco antes do presidente deposto morrer.
Seu maior sonho, no entanto, nunca aconteceu: voltar e envelhecer junto ao marido, na sua São Borja, de preferência bem longe da política.

terça-feira, janeiro 21, 2014

A primeira mulher motorista de ônibus: 1972

Parece mentira - e nem faz tanto tempo assim. A primeira mulher a dirigir oficialmente um ônibus de passageiros de linha urbana chamava-se Maria de Lourdes, tinha então 27 anos, era paulista e virou notícia nacional pelo simples fato de ser a pioneira naquele início da década de setenta. Achei esta notícia na coleção do Correio do Povo do Arquivo Histórico de Porto Alegre. É, el tiempo passa... (V.M.)

Acidente com o Titanic é explicado pela incrível fragilidade do casco e o aço de má qualidade no casco

"Se o navio tivesse sido construído com chapas de aço de melhor qualidade, a tragédia poderia ter sido evitada, ou pelo menos amenizada". Quem afirmou isso foi o arquiteto naval norte-americano William H. Garzke, coordenador do estudo sobre as causas da tragédia do navio Titanic - aquele que rendeu filmes e livros.

Divulgado em setembro de 1993, o relatório - feito por especialistas da Sociedade dos Arquitetos e Engenheiros Navais de Nova Iorque - concluiu que o aço utilizado na construção do maior navio do mundo, e que se partiu em dois em 15 de abril de 1912, na sua viagem inaugural entre a Inglaterra e os Estados Unidos, era de má qualidade, de terceira categoria. Se fosse usado um material melhor, o iceberg que colidiu contra o transatlântico não teria feito um rombo de mais de 90 metros no seu casco, matando 1522 pessoas.

Através de análises fotográficas e testes físicos realizados com destroços do navio, os cientistas descobriram que as chapas de aço do casco do Titanic eram impróprias para navegação em águas tão frias como as da costa canadense, local do desastre, onde a temperatura do mar chegou, na noite da tragédia, a 2 graus negativos. Segundo eles, as chapas desse tipo de aço racham ao tomar contato com águas geladas, detonando uma reação de estilhaçamento semelhante à que acontece com o vidro. "O naufrágio do Titanic ocorreu mais por uma fraqueza de suas chapas de aço do que devido à violência do choque com o iceberg", esclareceu William Garzke. Os destroços do Titanic - um gigante de 271 metros de comprimento e dez andares - foram encontrados em 1985, a 4.000 metros de profundidade, no mar da costa canadense, por um grupo de cientistas franceses e americanos. O estudo provou que o casco co navio quebrou como se fosse de vidro, e não foi perfurado, como se acreditava antes. Ou seja, a empresa White Star Line, preferiu economizar e acabou dando margem a uma das maiores tragédias marítimas de todos os tempos. (Pesquisa: Conselheiro X.)




Hoje, 21, Geena Davis faz 58 anos; Barbara Borges faz 35; Paulo Miklos faz 55; Lindomar Castilhos faz 74; e Telly Savalas (falecido em 94) faria 92.

segunda-feira, janeiro 20, 2014