sábado, maio 21, 2016

Navegação Arnt com seus navios a vapor para Taquari: 1941

No início do século XX, Porto Alegre - tão bem servida por águas - concentrava um extraordinário serviço de navegação fluvial, via estuário do Guaíba e os outros rios tributários. Mais de vinte companhias faziam percursos aquáticos, com saídas várias vezes ao dia dos armazéns do cais do porto. As embarcações geralmente eram vapores, com refeições a bordo, cabines e até pernoite.  Entre elas estava a Navegação Arnt Ltda, com sede no município de Taquari, como se vê neste anúncio publicado no Correio do Povo no dia 20 de setembro de 1941. Afoto é do famoso vapor "Porto Alegre".  Ao lado, um anúncio da Companhia Costeira - a maior do Brasil, ao lado da Loyyd, e que fazia serviço de cabotagem pelas principais cidades costeiras do Brasil banhadas pelo Atlântico.

domingo, maio 15, 2016

Cabaré que marcou época no JB virou edifício

Esta casa é agora um moderno edifício

Eram os anos cinquenta, que muita gente chama de “anos dourados”, e seu Ruben Carlos Simionovschi vivia a sua infância, adolescência e início da juventude. O local – o bairro Jardim Botânico – nem tinha esse nome, oficialmente.“Em 1950, quando eu tinha oito anos, meu pai comprou uma casa na Guilherme Alves. Naquela época as ruas do bairro eram sem calçamento, somente com o passar dos anos elas foram recebendo melhoramentos, uma a uma – canalização do esgoto, calçamento”, relembra ele.
Aos mais de setenta anos, ainda morador do Botânico (rua Surupá), seu Ruben revive essa época com grande riqueza de detalhes. “Para nos locomovermos, tínhamos a opção de ir até a Protásio Alves, na esquina com a Barão do Amazonas, ou seguir até o final da linha do bonde, que ficava na esquina da rua Carazinho. Interessante que a linha de bonde vinha em dois sentidos, tinha trilhos nos dois lados da Protásio, junto aos postes centrais, mas somente até a Vicente da Fontoura, onde acabava a linha Boa Vista. Os bondes eram tipo “gaiolas”. Depois dali a linha era de um só lado, até o final, na esquina da Carazinho.
"Outra opção era pegar um micro-ônibus na Barão do Amazonas, esquina com a Felizardo. A opção preferida pela maioria era mesmo o bonde para o centro da cidade, já que a passagem saía mais em conta. Lembro que o micro-ônibus era cara. Por exemplo, se a passagem do bonde fosse 0,50 centavos, a do micro-ônibus era 2,00. Depois de alguns anos, a linha de ônibus, já operada pela Secretaria Municipal de Transportes, foi estendida até a esquina da rua Serafim Terra com a Felizardo”.Ele recorda que os ônibus variaram no decorrer dos anos: primeiramente movidos a gasolina, “depois uns ônibus importados, a diesel. Tivemos também ônibus “papa-filas”, cuja dianteira era um cavalinho, o ônibus vinha quase engatado nele”.
FAMOSO CABARÉ – Em uma época em que não havia televisão no Rio Grande do Sul os cinemas dominavam a cena. Ruben lembra: “Tivemos dois cinemas em Petrópolis. Um ficava nos fundos da antiga igreja de São Sebastião, na esquina das ruas Carazinho e João Abott, o Cinema Petrópolis. Já o Ritz, na Protásio, funcionou mais tempo, até ser demolido. Outra lembrança que eu tenho da Colônia Agrícola do Hospital São Pedro que ficava na área ocupada hoje pela SMAN e o Jardim Botânico. Os doentes trabalhavam no cultivo de hortaliças e alguns fugiam e ficavam perambulando pelo bairro.
No bairro, a “Vila São Luiz”, havia também muitos campos de futebol. Onde hoje é a ESEF, por exemplo, tínhamos quatro campos, muito frequentados, onde aconteciam torneios de futebol aos finais de semana. Além deste havia o campo da SMT, no final da Felizardo, esquina com a Buenos Aires. Onde hoje é a rua Pedro Pieretti existia o campo do Clube Amazonas e onde está o Bourbon eram dois campos também”.
Simionovschi recorda que na rua Cervantes, subindo a Dona Inocência, funcionava um famoso cabaré da cidade, o “Casa Branca”, cujo prédio ainda existe, “porém sem o charme de antigamente.“Sei dizer era frequentado por pessoas de algum poder aquisitivo. Lembro que a proprietária era uma senhora que tinha uma filha adolescente, como nós, uma filha muito promissora. Aquela parte alta do bairro era conhecida como Vila Russa”.
DOUTOR TÁCITO – Nos anos 50 não havia esgoto canalizado – os despejos corriam a céu aberto. A maioria das casas tinham latrinas e, algumas, fossa negra. “No início, cavei muito buraco para a nossa latrina”, revela Ruben. Quanto á água, naqueles tempos, já era tratada e canalizada, embora existissem determinados locais onde ela aflorava naturalmente do solo – os moradores mais antigos lembram das “bicas” da Praça Ararigbóia e da praça Nações Unidas.Por esse tempo o arroio Dilúvio – hoje praticamente um esgoto urbano – exibia águas claras, boas para o banho e para a pesca. Ruben presenciou as obras de canalização e o calçamento da avenida Ipiranga. Ex-aluno do colégio Otávio de Souza, lembra dele todo de madeira - “construído no governo Leonel Brizola” - feito com táboas de “macho-e-fêmea” sobre pilares de concreto. Outra recordação é a da Chácara das Camélias, de cultivo de flores, e que começava na Ferreira Viana e terminava na altura do número 200 da Guilherme Alves. “Outra chácara era onde está o Conjunto Felizardo Furtado, de hortigranjeiros, os donos eram uma família, só recordo do nome de um dos filhos, chamado Raul. Outra ficava onde hoje está sendo anunciada a construção do Condomínio Allure, na Felizardo, uma chára de agrião, principalmente, do seu Ângelo, que tem descendentes no bairro – Zé, Luiz, filhos, noras, genros, netos”.Outra pessoa da qual seu Ruben Simionovschi não esquece é do doutor Tácito Castro de Castro, um médico que atendia os pacientes em sua própria casa, na rua La Plata, defronte ao hoje Supermercado Gecepel. “Depois ele manteve o consultório em uma sala no prédio da Barão do Amazonas, em frente ao Posto Ipiranga, esquina Valparaíso. Ali, em uma das lojas, havia a Farmácia Idela, do casal Frontelmo e Léa e mais um sócio”.

Foto: o cabaré que marcou época no JB foi demolido recentemente para dar lugar a um grande edifício. Foto de Vitor Minas, em 2008.

sábado, maio 07, 2016

Getúlio Vargas e Adhemar de Barros, unidos na jogatina?

As eleições de outubro de 1950 foram das mais disputadas e acirradas de toda a história brasileira - por dois motivos: eram as primeiras depois da Revolução de 30 e do Estado Novo. Com o país redemocratizado, e Getúlio Vargas - oficialmente senador da República - antes recolhido em sua fazenda do Itú, quase na fronteira com a Argentina, e agora exaustiva em campanha eleitoral para a presidência do Brasil, as forças udenistas e golpistas, lideradas, entre outros, por Carlos Lacerda, não mediam esforços para impedir que o ex-ditador voltasse ao poder, agora pelo voto popular. Mas Getúlio venceu com larga margem, contando com o fundamental apoio do líder político paulista Adhemar de Barros, que garantiu-lhe muitos votos no mais importante Estado da federação. A campanha movida contra Getúlio incluiu peças como esta acima, publicada no Correio do Povo, de Porto Alegre, e em muitos outros jornais nacionais, relacionando os dois com a volta dos jogos de azar no Brasil - que haviam sido proibidos, poucos anos antes, pelo então presidente, General Eurico Gaspar Dutra.   
Nani, em A Charge Online.

terça-feira, maio 03, 2016

Colgate, creme dental, nas páginas da Revista do Globo: 1942.


Uma das marcas comerciais mais conhecidas do mundo - até mesmo porque está presente no nosso dia a dia - é o creme dental Colgate. O que pouca gente sabe é que tal o dentifrício - revolucionário para a época - foi criado em 1873, anos depois da morte de Willian Colgate, o fundador da empresa Colgate, mais tarde denominada Colgate-Palmolive Company, com sede em Nova Iorque. Inglês de nascimento, emigrado para os Estados Unidos, Willian fundou a sua empresa em 1806, em NY, e logo tornou-se conhecido como o "Rei dos Sabões" norte-americano. Religioso e filantropo, ele colaborava com instituições humanitárias e criou uma Universidade. A Colgate também fabrica o perfume Cashemere Bouquet e o produto de limpeza Ajax, líderes de mercado, Nesta publicidade de janeiro de 1942, publicada na Revista do Globo, de Porto Alegre, vemos uma das antigas propagandas do crime Colgate, bem ao estilo da época. 




Hoje Agnaldo Rayol faz 78 anos, Bruno Mazzeo completa 39, Nélida Piñon faz 79, José Genoíno 70. E no dia de hoje, em 1987, falecia a cantora Dalida, aos 54 anos.
Mariano, em A Charge Online.

segunda-feira, maio 02, 2016

A grande vitória de Emerson Fittipaldi em uma jovem Tarumã


O autódromo Internacional de Tarumã foi inaugurado em novembro de 1970, mas em menos de um ano já tinha entre seus vencedores nada menos do que o bicampeão mundial de Fórmula 1, Émerson Fittipaldi. Em janeiro de 1971 - portanto, logo após a inauguração - Tarumã, que é administrada pelo Automóvel Clube do Rio Grande do Sul -aconteceu na pista de pouco mais de 3 mil metros a prova "100 Milhas de Tarumã", coberta pela Rádio Guaíba, a grande emissora da época. O circuito foi vencido por Emérson Fittipaldi, já considerado um gênio das pistas e que no ano seguinte, já como piloto internacional de Fórmula 1, seria campeão mundial da principal modalidade do automobilismo, título inédito para o Brasil. Note-se que, na equipe de transmissão da Guaíba, estava nada menos do que Pedro Carneiro Pereira, famoso locutor esportivo, ele próprio um corredor quase profissional, e que morreria tragicamente nesse mesmo autódromo dois anos depois, em memorável acidente. E note-se ainda que o quinto colocado na prova era José Carlos Pacce, o Moco, outra grande promessa do automobilismo mundial e falecido em um acidente de avião tempos depois. 


Hoje david Beckham faz 41 anos, Fausto Silva 66 e Tizuka Yamazaki 67.