sexta-feira, outubro 07, 2016



Hoje Vladimir Putin faz 64 anos, Dida 43 e Pitty 39.
Elvis, em Amazonas em Tempo, Manaus. A Charge Online.

O primeiro ar condicionado para a Santa Casa de Porto Alegre: março de 1975

Ter um aparelho de ar condicionado, nos dias de hoje, é algo relativamente comum e acessível a um grande número de pessoas. Mas, em março de 1975  - a coisa não era bem assim, tanto que virava notícia. Foi o que aconteceu quando a Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, ganhou o seu primeiro aparelho, por doação, como se vê nesta foto do Correio do Povo, noticiando o fato como uma grande  novidade. Imaginem, nos dias atuais, entrar em um hospital e não encontrar lá sequer uma "modernidade" dessas?

quinta-feira, outubro 06, 2016

Tacho, em NH jornal, Novo Hamburgo, RS. A Charge Online.

O início das transmissões oficiais a cores de TV: 1975

A televisão a cores, no Brasil, iniciou oficialmente em 1972, quando houve a retransmissão da Festa da Uva, de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Mas, antes, mesmo no início da década de 60, aconteceram experimentos que só não foram avante por falta de viabilidade comercial. Na Copa do Mundo de 1970, no México, por exemplo, algumas dezenas de televisores receberam sinais a cores dos jogos do mundial, a maioria de autoridades, em Brasília. Porém, a bem da verdade, o sistema colorido na TV brasileira foi sendo implantado aos poucos, gradativamente, à medida que os novos aparelhos de recepção iam substituindo os antigos, a preto-e-branco, algo que quem viveu a adolescência e juventude na década de 70 sabe muito bem. Nesta reprodução de uma notícia do CP de 1975 informava-se que as transmissões oficiais do governo, a cargo da Agência Nacional, a partir daquele momento, seriam a cores.

terça-feira, outubro 04, 2016

Campanha da Delegacia de Costumes contra os "engraçadinhos" dos cinemas: 1955

Em 1955 a Porto Alegre de pouco mais de 500 mil habitantes e mais de 100 quilômetros de linhas de bondes (uma das maiores do mundo, proporcionalmente) tinha na Rua da Praia a sua "cinelândia". Era nessa via central, então aberta ao trânsito de veículos, que se localizavam os principais cinemas de uma cidade que tinha quase 40 deles. Como assistir aos filmes, ou "películas", era um dos principais programas de lazer dos porto-alegrenses, naturalmente ali, no escurinho, aconteciam as mais variadas cenas - muitas delas mal-vistas pelo conservadorismo dos costumes da época (embora, até hoje, ninguém goste de "engraçadinhos"). Pois os tipos chamados de "engraçadinhos", ou "rapazes bonitos", protagonizavam cenas de desconforto às senhoras e senhoritas, não raro falando palavrões ou fazendo piadinhas durante a projeção. Como naquele tempo havia a tal "Delegacia de Costumes", os policiais passaram a vigiar e prender os tais folgados, que eram levados à delegacia de polícia para ouvir admoestações nada gentis da parte das autoridades da segurança pública. Pior: tinham seus nomes e endereços publicados no jornal de maior circulação da Capital, o Correio do Povo, como se vê nesta reprodução.
Miguel, no Jornal do Commércio, Recife. 






Hoje aniversariam: Susan Sarandon (70 anos), Alícia Silverstone (40 anos), Patricia Abravanel (39), Lúcia Alves (68 anos), Verônica Sabino (56) e Antonio Palocci Filho (56)

segunda-feira, outubro 03, 2016

Dom Elias Figueroa, craque do Inter, participa da campanha contra o cigarro: 1976

Se hoje o fumante tem, a cada dia, restringido o espaço para dar as suas tragadas, há 40 anos isso não acontecia - ainda podia-se fumar em ambientes fechados, lojas, bancos, estabelecimentos comerciais e até em aviões. Mas, naquele ano, as autoridades governamentais e da área da saúde (AMRIGS, Associação Médica do Rio Grande do Sul) iniciavam uma forte campanha antitabagista que ganhava força nas grandes capitais brasileiras - Porto Alegre, onde até hoje mais se fuma - era uma delas. O então jogador colorado,o zagueiro chileno Elias Figueroa - que seria bicampeão nacional pelo incrível time do Inter 75/76 - aderiu à iniciativa e emprestou seu nome a uma série de peças publicitárias que alertavam o cidadão a respeito dos malefícios do cigarro. É o que se vê nesta notícia do Correio do Povo.



Hoje José Mayer e Zé Ramalho fazem 67 anos, Gisele Itié 35 e Adriana Calcanhoto 51.
J. Bosco, em O Liberal, do Pará. A Charge Online.

sábado, outubro 01, 2016

Neusa, a companheira do político que suportou as dores do exílio e as perseguições políticas


Neusa, quando jovem:trocou pretendente rico por um jovem engenheiro chamado Leonel.

O casal permaneceu junto até o final.


Ela foi a grande companheira de Leonel Brizola (falecido) - e, em toda a sua vida, habituou-se a conviver com o poder. Isso, porém, não a impediu de ter uma existência sofrida, cheia de altos e baixos, e de, por uns tempos, tornar-se alcoólatra.
Neuza Goulart Brizola, mulher do ex-governador gaúcho e fluminense - o amado e odiado homem que garantiu a Legalidade e a posse de Jango, irmão de Neusa - faleceu em 7 de abril de 1993, uma quarta-feira, aos 71 anos de idade, na clínica Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, onde morava. O laudo atestou infecção generalizada e sérios problemas respiratórios. Foi enterrada em São Borja, assim como Jango, assim como Getúlio Vargas (que foi seu pardinho de casamento), assim como Leonel, também falecido (sem ter nunca ter realizado o seu sonho de se presidente).
Elegante, discreta, bonita, Neuza conheceu Leonel em uma convenção do Partido Trabalhista Brasileiro, em São Borja, onde nasceu, ainda nos anos quarenta. Conta-se que trocou um outro pretendente rico por um jovem engenheiro em início de carreira política. Quando casaram-se, ela tinha 28 anos - e nunca se arrependeu da opção: a união dela com o temperamental Brizola parece ter sido amorosa, senão apaixonada. O marido chamava-a de "queridinha", era seu confidente e amigo. Foram apaixonados por toda a vida e tiveram três filhos - João Vicente, João Otávio e a problemática Neusinha - recentemente falecida.
Não era para menos: ao lado do líder trabalhista, Neuza suportou muitos anos de exílio (15 longos anos) e perseguições políticas em terras estranhas, sem jamais esmorecer. Antes, quando Brizola era governador do Rio Grande do Sul, chegou a doar uma de suas sete fazendas - que herdou dos pais - para a reforma agrária que seu marido promoveu no Estado, e vendeu outras quatro para garantir o sustento da família, no período da Ditadura, quando viveram no Uruguai e depois em Portugal e nos Estados Unidos. Vendeu mais uma, quando voltaram ao Brasil, em 1979, para comprar o apartamento na avenida Atlântica, em Copacabana - o QG de Brizola, e onde morou até a sua morte.
DEPRESSÃO - Os primeiros seis anos de exílio foram duros. No frio Uruguai, viveram em um apartamento sem calefação ou ar condicionado. Depois a família mudou-se para uma fazenda, a 250 km de Montevidéo - lá não havia energia elétrica ou telefone. Mulher prendada, pela primeira vez obrigou-se a cozinhar. Disse mais tarde, sobre isso: "Só quem passou pelo exílio sabe como é triste ser brasileiro fora de sua pátria".
Em 1983, no Brasil, tratou-se durante 75 dias, nos Estados Unidos, de uma crise de depressão, algo cada vez mais comum - sequer chegou a asistir à posse do marido no Palácio Laranjeiras. Mais tarde internou-se em uma clínica para recuperação de alcoólatras, na Espanha.
Em 7 de janeiro de 1993, em Nova York, foi internada às pressas em um hospital, com uma úlcera perfurada. Permaneceu dois meses na UTI, sedada. Carinhoso, Brizola a visitava duas vezes por dia e passava longas horas à beira da cama, afagando seus cabelos. Alguns dias antes da sua morte, sem poder falar, trocava bilhetes com o marido.
Talvez por tudo isso, Neuza abusava dos calmantes e antidepressivos, bebia muito e fumava. Em 1986, ela e Leonel combinaram de parar de fumar - o que ele conseguiu, ela não. A esse tempo já havia se submetido a uma operação para a retirada de um tumor em um dos seios. Sofreu também com as brigas entre seu marido e o irmão Jango - reconciliados enfim em 1976, pouco antes do presidente deposto morrer.
Seu maior sonho, no entanto, nunca aconteceu: voltar e envelhecer junto ao marido, na sua São Borja, de preferência bem longe da política. (Pesquisa e texto: (Conselheiro X)



Hoje Julie Andrews faz 81 anos, Jimmy Carter 92, André Rieu 67 e Robert Rey 55.
Nani, em A Charge Online.