terça-feira, fevereiro 27, 2018

Tacho, no jornal NH, de Novo Hamburgo, RS. A Charge online.

Dom Elias Figueroa, o melhor da América, na campanha contra o fumo: 1976


Hoje com 71 anos, quem diria, dom Elias Figueroa, quase lendário futebolista do Sport Clube Internacional na década de setenta, conquistou o bicampeonato brasileiro pelo Inter no ano de 1976, quando também foi escolhido pelo prestigioso jornal El Mundo, de Caracas, o melhor jogador da América. Zagueiro imponente e capitão do time, Elias Ricardo Figueroa Brander nasceu em Valparaíso, no Chile, e fez seu nome no incrível time do Peñarol, de Montevidéu, ainda nos anos sessenta e início dos setenta - transferiu-se para o Internacional em 1972. Eleito o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1974, ele conquistou dois títulos brasileiros, antes de regressar ao seu país, no final do ano de 1976 (era então o mais bem pago atleta do Brasil), quando tinha 30 anos. Em Porto Alegre o zagueiro colorado - galã futebolístico - estrelou diversos comerciais e também fez campanhas educativas, como esta contra o fumo, conforme reprodução do Correio do Povo. Figueroa naturalizou-se brasileiro e transita com a mesma desenvoltura pelo Chile e Brasil.

segunda-feira, fevereiro 26, 2018



Hoje Maria Creuza faz 74 anos, Domingos Montagner faria 56 e Johnny Cash completaria 86.

domingo, fevereiro 25, 2018

Poucos lembram de Rejane Vieira da Costa, gaúcha que foi segunda colocada no Miss Universo de 1972


Rejane Vieira da Costa, Miss Brasil 1972, quase ganhou o título de Miss Universo em Porto Rico

Todo o Rio Grande, sobretudo Pelotas, receberam a Miss de maneira apoteótica.
Ela foi dona de uma beleza marcante, a mesma beleza que a fez Miss Pelotas, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil (em 23 de junho) e vice-miss Universo, tudo isso em 1972 - 45 anos atrás, portanto. Rejane Vieira da Costa (Goulart, depois de casada) era uma moça simples que trabalhava em uma loja de calçados, em Pelotas, ainda menor de idade, quando foi incentivada a concorrer em concursos de beleza. Não deu outra: a cachoeirense de nascimento (nasceu em Cachoeira do Sul, em 1954) tornou-se a quarta brasileira a ser vice mundial em concursos de misses, desta vez em Porto Rico. Ela perdeu o título máximo para a australiana Kerry Anne Wells. 
De volta ao Brasil, aclamada e paparicada, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde passou a trabalhar em programas de humor da Rede Globo, além de participações em novelas da mesma emissora, seriados e filmes.Trabalhou, no final, na Rede Record.
Faleceu no dia 26 de dezembro de 2013, vítima de um AVC, quando se recuperava de uma cirurgia na perna causada por uma queda, seguida de trombose. Rejane tinha apenas 59 anos e deixou dois filhos e a lembrança de uma das mais belas mulheres de um Estado pródigo nessa área.
A beleza marcante de Rejane, Miss Brasil 1972.

sexta-feira, maio 30, 2014



REPUBLICAÇÃO
O trânsito de Porto Alegre é um espetáculo anárquico, triste e perigoso
Vitor Minas


Porto Alegre faz toscas maquiagens para receber os milhares de turistas que aqui aparecerão durante os dias da Copa do Mundo que se aproximam. Uma pintura aqui, uma placa lá, uma calçada modernizada mais adiante, um bar que muda a fachada e o cardápio, gramas aparadas nos canteiros da avenida Ipiranga, muita polícia nas ruas e avenidas principais.
Mas a capital gaúcha, em que conte algumas inegáveis qualidades, é uma cidade provinciana e isolada cujas autoridades e população ruminam a sua bovina e plácida satisfação conformista. Um lugarejo conservador e um tanto sonolento e inodoro: aqui ninguém quer ultrapassar os sinais, ir muito adiante, propor modificações maiores. Digamos, um clube restrito e de regras tácitas, uma espécie de Portugal salazarista, uma Espanha franquista na qual não se quer mudar a posição dos móveis e nem sequer trocar os mais usados ou avariados, até porque dá trabalho. Quem faz isso acaba se dando mal e é ou ignorado ou hostilizado, com o surgimento de grupos radicais, discursos e ofensas pessoais.


Fala-se no espetáculo da Copa e de tudo o que ela representa. A palavra legado - que nem o Felipão sabia o que era conforme demonstrou na televisão - talvez seja representada pelo grande número de obras inacabadas locais e pelo transtorno dos ônibus urbanos que passaram a mudar drasticamente seu itinerário devido à obstrução das ruas e avenidas nos últimos meses. Em termos coletivos e públicos, não é muito mais do que isso. Até o tal metrô, que se falou tanto há pouco tempo, já foi inteiramente esquecido por todos, nem se fala mais nele. Pior ainda: nem sequer se falou na despoluição do arroio Dilúvio e nem na cloaca do rio Guaíba, como se fazia nos anos setenta, o que talvez fosse querer muito, já que somos um povo pouco imaginativo.
Mas há algo em que deveremos, sem sombra de dúvida, surpreender os visitantes de países ditos de primeiro mundo - o nosso trânsito, a nossa "mobilidade urbana", como gostam de dizer. 
A Espanha tem as suas touradas sangrentas e vibrantes, herança "cultural", mas nós, gaúchos e porto-alegrenses, temos bem mais do que isso - temos o nosso trânsito, a peculiar riqueza humana do nosso trãnsito. E que trânsito, torcida brasileira, que trânsito!... O mais espantoso e medieval trânsito de todo o Brasil (alguém contestará?), onde os motoristas, novos e velhos, homens e mulheres, dirigindo como loucos, não respeitam pedestres, sinais de parar, faixas de segurança, nada. Uma gente que, no momento em que passa a pilotar um veículo motor, seja ele carro, caminhão, ônibus ou moto, se julga o destemido e invencível centauro dos pampas, um lanceiro vingador e inatingível enrolado na bandeira do Rio Grande, investindo contra o inimigo, na certeza da vitória prometida.
Sem querer me vangloriar da pretensa qualidade, mas sou um inveterado, ainda que inócuo e inútil, pesquisador das atualidades do passado, de antigos jornais e revistas, especialmente as da nossa província. Ou seja, procuro ter memória, mesmo daquilo que não vivi. E nisso, nas páginas amarelecidas e dormidas que retratam os fatos acontecidos, o que sobremodo sempre me chamou a atenção é a permanência da impune e despreocupada mentalidade selvagem dos nossos motoristas, naquilo que o jornal Correio do Povo de 1950, com feliz exatidão, chamou de "mentalidade de cancha-reta" dos gaúchos. Ou seja, o nosso querido e altaneiro povo acha que as nossas (?) ruas e avenidas são locais de disputa de provas, cancha-retas onde o carro é o cavalo que está disputando as célebres carreiras do nosso interior Em um país semi-bárbaro, em que o trânsito é esse horror sanguinolento que todos bem conhecem, conseguimos ser ainda piores.. 
Para se dar um exemplo de como isso é crônico: em dezembro de 1974, portanto há 40 anos e quando havia bem menos veículos na cidade, o Correio observava, em editorial: "O trânsito de Porto Alegre é um espetáculo anárquico, triste e perigoso. Jogam-se os carros nas ruas e avenidas sem muita preocupação com os demais. O pedestre parece que se tornou simplesmente um obstáculo que deve ser afastado a qualquer preço. E os veículos usados para a condução das massas, quando não se encontram em condições precárias, são conduzidos com um mínimo de cuidado  e o máximo de velocidade possível."
Imaginem então: um holandês, um francês médio que aqui chega para assistir a um jogo do selecionado de futebol do seu país - a princípio nem melhor e nem pior do que os nossos grossos xirus - e passa, por exemplo, na rua Guilherme Alves, bem defronte ao Bourbon Ipiranga, o que esse sujeito observará da nossa bela terra sulina?  
Pois eu respondo: observará este escrevinhador brigando com motoristas que saem dos subterrâneos do shoping sem respeitar quem está atravessando a faixa de pedestres, tocando o veículo por cima, xingando, rindo, debochando. E às vezes também atropelando, ferindo, mutilando e matando. Mas isso é assunto para depois, para amanhã, que o espaço já se esgotou. 

Pedro Carneiro Pereira, histórico narrador da Guaíba, em julho de 1968

Em 1968 a Companhia Jornalística Caldas Júnior, com seus veículos líderes - Correio do Povo e Rádio Guaíba - virtualmente detinha o controle da opinião pública gaúcha, graças à incrível penetração da emissora e do jornal, esta último então o maior da região sul do Brasil. A Guaíba, com seu padrão elegante e sua grande potência e credibilidade, ditava as regras do bom gosto em rádio e contava com os melhores profissionais também no esporte. Era o caso do narrador Pedro Carneiro Pereira, o maior nome das transmissões futebolísticas da rádio de Breno Caldas. Além de radialista, Pedro tinha também o hobby de pilotar carros de corrida, o que lhe foi fatal no domingo, 21 de outubro de 1973, quando veio a falecer devido a um terrível acidente no autódromo de Tarumã, recentemente inaugurado. Ele tinha 35 anos e deixava mulher e filhos. Nesta reprodução do Correio, de 1968, Carneiro é notícia pela Copa do Mundo do México, que se avizinhava e a qual ele transmitiria diretamente pela Caldas Júnior

Gisele aos 14 anos, sonhando com o estrelato no mundo da moda




Na edição da revista Veja de 28 de setembro de 1994, quando a campanha eleitoral acirrava-se entre Fernando Henrique e Lula (Itamar Franco era o presidente), uma estudante gaúcha chamada Gisele Bundchen, de apenas 14 anos, era notícia na página Gente: ela tirara o quarto lugar em um concurso na Espanha e assinava o seu primeiro contrato internacional, no valor de 50 mil dólares. Seguia os passos de Cindy Crawford... (Arquivo: Conselheiro X.)

sexta-feira, fevereiro 23, 2018

As impressões elogiosas de uma turista paulista em visita a Porto Alegre de 1954

Quem anda pelas ruas de Porto Alegre hoje se depara com um quase completo abandono - mato crescendo e tapando as calçadas, telefones públicos depredados, prédios pichados, sujeira em todas as vias, sem contar a presença de moradores de rua, pedintes, viciados em crack, assaltantes e motoristas agressivos. Em 1954, porém, uma turista vinda de São Paulo escreveu uma carta ao jornal Correio do Povo relatando as suas impressões sobre a capital dos gaúchos, quase todas enaltecedoras e elogiosas (à exceção dos nomes de praias, que considerou plágios de mau gosto, e ao "tráfego desordenado"). Ela gostou sobretudo do Parque Farroupilha, dos edifícios públicos e da beleza da nossa gente. À parte esse último item, o resto, tudo indica, desapareceu miseravelmente nestes tempos em que até o funcionalismo público municipal está com os salários atrasados. 

O candidato a deputado estadual Leonel Brizola comunica aos seus eleitores

1950 foi um dos mais movimentados anos da política brasileira, com as eleições gerais - presidente, governador, deputados e senado - que aconteceram a 3 de outubro, reconduzindo Getúlio Vargas ao poder, desta vez pelo voto popular. Naquele ano, de grande polarização, o jovem engenheiro Leonel Brizola, do Partido Trabalhista Brasileiro, PTB, de apenas 28 anos, tentava o seu segundo mandato como deputado estadual no Rio Grande do Sul, o que conseguiu ao obter mais de 16 mil votos. Recém casado com Neusa Goulart, irmã de João Goulart, radical e candente em seus discursos, Brizola certamente não imaginava que se tornaria um ícone da cena política brasileira, gerando amores e ódios quase em igual proporção. Neste anúncio, publicado no Correio do Povo, meses antes do pleito, o candidato avisa sobre as "chapas" em seu nome - na verdade cédulas que iriam ser depositadas nas urnas, como era a sistemática adotada então. Note-se que há um erro de português: "obitidas".
Tacho, no jornal NH, de Novo Hamburgo, RS. A Charge Online.

quinta-feira, fevereiro 22, 2018


quarta-feira, janeiro 29, 2014


Everaldo Marques, o tricampeão mundial de futebol que virou uma estrela dourada na bandeira do Grêmio e um dos maiores ídolos tricolores


A morte de Everaldo e familiares chocou o Rio Grande do Sul naquele final de outubro de 1974. Um ano e meio mais tarde a família Marques foi vítima de outra tragédia: Sidnei, irmã do jogador, jogou-se do alto do edifício da Renner, durante o incêndio que matou mais de 40 pessoas em abril de 1976.



Pesquisa e texto: Vitor Minas


    Às 22h30min de 27 de outubro de 1974, domingo, o ex-lateral esquerdo do Grêmio e tricampeão mundial de futebol pela seleção brasileira na Copa de 1970, no México, Everaldo Marques da Silva, colidiu seu automóvel Dodge-Dart contra a traseira de uma carreta Mercedes-Benz carregada com 24 toneladas de arroz e com placas de Santa Maria. Ou melhor - não colidiu, foi colidido. 
   Muito popular em todo o Estado, homenageado e paparicado depois da Copa (negro em um clube e em um Estado considerados racistas, foi o único representante gaúcho no selecionado), Everaldo havia, na prática, encerrado a carreira nos gramados e fazia então campanha eleitoral para eleger-se deputado estadual nas eleições de 15 de Novembro de 1974 pela Aliança Renovadora Nacional, ARENA, partido governista.

    Conduzido ainda com vida ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, faleceu a caminho – com ele morreram sua esposa, Cleci Helena, e sua filha Deise, de apenas três anos. Cleci teve morte instantânea – foi arremessada para fora do carro. No dia 3 de maio, também um domingo, morreu a irmã de Everaldo, Romilda, totalizando quatro vítimas fatais. O acidente aconteceu em uma grande reta, na altura do quilometro 43 da BR-290 (Porto Alegre-Uruguaiana), município de Cachoeira do Sul.  Tripulado por sete pessoas – Everaldo, Cleci e Deise e a filha mais velha, de seis anos, Denise, a irmã do jogador, Romilda, o tio Jardelino e a cunhada Maria Madalena Pereira da Silva, o carro havia sido presente de uma concessionária de Porto Alegre pelo tri conquistado no México.

   Apesar de todos, no calor do momento, culparem o caminhoneiro Vergilio Broglio (que se confessou “um gremista doente”), de 48 anos, motorista do Mercedez, residente em Santa Maria e que seguia em direção a Porto Alegre, constatou-se que Everaldo, cansado e na pressa de chegar logo a Porto Alegre, dirigia em alta velocidade (cerca de 160 km por hora, segundo apurou a perícia). Já o caminhoneiro não calculou corretamente a manobra de saída do restaurante e posto de gasolina “Constante”, retornando bruscamente à rodovia – ele também não prestou socorro às vítimas e, segundo testemunhas, tentou fugir do local do acidente, sendo interceptado por outro carro que o perseguiu. A rodovia, à época, apresentava pistas em bom estado e era bem iluminada.

   O campeão mundial tinha ido a Cachoeira participar de um jogo dos veteranos do Grêmio contra a equipe de um ginásio local dos Irmãos Maristas – os veteranos venceram por 6 a 3, Everaldo teve uma participação discreta, mas, sem dúvida, foi o responsável pelo bom público pagante. Ele chegou com a família em seu Dodge amarelo (os demais jogadores vieram de ônibus fretado), distribuiu santinhos da sua campanha, deu autógrafos, posou para fotos e, no início da noite, participou de uma confraternização.  Na saída, Loivo – jogador do Grêmio que o apoiava no corpo-a-corpo político - gritou-lhe do interior do seu Chevette: “Nos encontramos em Minas do Butiá pra tomar uma champanha!”.

   Apesar de já não estar mais relacionado entre os titulares do Grêmio ele ainda mantinha contrato de trabalho com o clube (ganhava 15 mil cruzeiros mensais). Havia, inclusive, acertado com os dirigentes a realização de um jogo de despedida, igualmente comemorativo dos seus 15 anos de casa, marcado para julho do próximo ano. No sábado – lembraram depois seus colegas e amigos – Everaldo ainda esteve no Olímpico, participando de trabalhos físicos e treinamentos leves.

   Surgido no Grêmio ainda criança, ele assinou seu primeiro contrato com o tricolor em janeiro de 1961, na categoria infantil - era alto, magro e canhoto no chute. Everaldo foi campeão estadual em 66, seguindo-se os títulos de 67 e 68 (o hepta tricolor). De junho de 1965 a outubro de 1966, esteve emprestado ao Juventude de Caxias do Sul.  Foi convocado para a seleção de 1970, sem nenhuma garantia de ser titular, o que acabou de fato acontecendo graças, sobretudo, à sua aplicação tática e ao seu jogo simples, discreto e eficiente. Na definição do seu ex-técnico Carlos Froner, “era um jogador que crescia de acordo com a importância da partida”. Era também considerado um atleta viril, mas leal em suas disputas, o que lhe valeu o prêmio disciplinar Belfort Duarte da Confederação Brasileira de Desportos.

   Naquele domingo à tarde, no Olímpico, o time da casa, treinador por Sérgio Moacir, havia vencido a equipe do Caxias por 1 a 0, gol de Dionísio. O ataque gremista, formado por Luis Freire, Iúra, Tarciso e Bolívar, teve grandes dificuldades para superar a retranca grená.

   Em meio à grande comoção, Everaldo foi enterrado no cemitério João XXIII, junto com a mulher e a filha – coincidência ou não, o local havia sido campo do Esporte Clube Cruzeiro de Porto Alegre. Mais tarde, em homenagem ao jogador, o Grêmio inseriu uma estrela dourada em sua bandeira oficial.

2 comentários:

Charles CO disse...
A estrela foi inserida na Bandeira em 1970.
vieiraadriano91 disse...
sim a estrela inserida em 70 e o pórtico na entrada do olimpico construido em 1971
tambem em homenagem ao tricampeonato da selecao conquistado poe ele
Nani em Nani Humor. A Charge Online.

sexta-feira, agosto 15, 2014

Portais de notícias agridem o leitor com erros crassos

Vitor Minas
   
Não é de hoje que tenho observado os disparates, leviandades, desleixos e erros crassos que acometem esses grandes portais de notícias da Internet. Tudo bem que a informação on-line é obviamente  instantânea, e isto não é o mesmo que escrever para uma revista semanal, mas é indesculpável que o sujeito (no caso o jornalista ou redator) ao menos não faça a revisão básica do que escreveu há pouquinho e que afinal será lido por milhares de pessoas em todo o Brasil e até fora dele. 
   Hoje, sexta-feira, 15 de agosto de 2014, consta este título no portal UOL, um dos mais lidos da rede, e que trata de um jogador chamado Aloísio Chulapa, o qual estaria encerrando a carreira nos campos de futebol. Pois o título da matéria é o seguinte, ipsis literis: 
   "Idolo do São Paulo"
   "Aloísio Chulapa, 39, encerrará carreira em casa e regular cerveja".
   Confesso que não entendi nada, nihil, principalmente o tal "regular cerveja".
  Esse tal portal UOL, que tem muitas coisas boas, precisa urgentemente de um editor.. Se tem um, não trabalharia no meu jornal: "Encerrará carreira". 

sábado, agosto 23, 2014


Getúlio, ou me engana que eu gosto

Vitor Minas

A Globo anunciou que irá passar amanhã, domingo, 24 de agosto, data da morte de Getúlio Vargas em 1954 - portanto, há 60 anos - o filme "Getúlio", que aliás já foi exibido nos cinemas.
Bom,  não vi e não pretendo ver a tal grande produção. Antecipadamente, tenho a quase certeza (só falta o quase) de que é mais uma dessas produções caça-níqueis do cinema nacional, idealizada e boladas para pegar uma grana preta de grandes patrocinadores, via isenção fiscal e essas coisas. Algo parecido com o filme do Lula, com o do Chico Xavier, etc. O diretor eu não conheço mas um filme que tem Toni Ramos como Getúlio e um tal Alexandre Borges como Carlos Lacerda chega a ser risível. Nem é por serem da Globo mas porque, sobretudo no caso do galã Borges, não são bons atores. Borges, no caso, é casado com uma boa atriz, mas ele, como ator, é um canastrão de marca maior. Só perde para aquele cara que foi namorado ou marido da filha da autora de novelas e que foi barbaramente assassinada no início dos anos noventa.
Por essas e outras o cinema brasileiro, de um modo geral, é isso que está aí: picaretagem, ou quase isso, para ser generoso. Aqui no Rio Grande do Sul fizeram um filme sobre a revolução farroupilha, também com atores globais, com muita grana de patrocínio, que é sempre o grande objetivo. A gauchada foi em peso ver a película, que enaltecia a "fibra guerreira" do gaúcho, patente em uma revolução pra lá de questionável e que só atendia os latifundiários (não me chamem de esquerdista, que não sou mesmo, mas é verdade). O ator, também galã da Globo, é somente galã e não um ator propriamente dito. Mas nós, gaúchos - que somos historicamente parvos nisso tudo e perfeitos otários quando se trata de nos engambelarem com ufanismos e elogios farrapos - fomos lá e compramos ingressos nos cinemas. Nós quer dizer eles. Por acaso vi esse povo sair do cinema aqui perto, alguns com cara de decepção, outros bradando, orgulhosos: "Nós somos de fato aquilo tudo!"  Nos dois casos, eles merecem: ao contrário do que dizia o tal Chico Xavier, o mundo é mesmo dos muito vivos. Me engana que eu gosto. E o Millor, hein?, com seu espiritismo cardecista: cada vez mais os vivos são governados pelos muito vivos...

quarta-feira, julho 12, 2017


Posso dar descontos às mulheres, sim senhor

Vitor Minas

Desde que eu me conheço por gente, se é que me conheço, as mulheres pagam menos em festas noturnas, bailes, boates, o que é uma centenária forma de atrair os homens, que sempre tiveram mais dinheiro que elas - isso, claro, em um tempo em que as chamadas damas não eram independentes e dependiam quase totalmente dos machos. Como se sabe, ou se sabia, mulher atraí os homens, ao menos a maioria, que gastam com elas, gerando uma boa corrente de lucro.
Pois agora alguém entrou com uma ruidosa ação judicial, pedido que isso acabe, que se considere tal coisa como discriminação, o que, a rigor, é mesmo. E aí um juiz de direito acata o pedido e, num canetaço, ordena que a partir de agora, em todo o Brasil, a mulher haverá de pagar o mesmo que o homem, e ponto final. Não descobri qual é a punição, ou se ela existe (acho que na prática não existe, que o que vai dar é só muito bolo na portaria).
Para os homens é ótimo, e parece que a maioria das mulheres também acha (pelo menos da boca pra fora), à exceção das bonitinhas e pobres, que não têm dinheiro mas querem se divertir, gastando pouco, quando gastam - mas essas não foram entrevistadas pelos repórteres. Vi na tevê várias moças, todas de classe média, dizendo: "É isso mesmo, é justo, tem que pagar a mesma coisa que o homem!"
O que eu não vi nenhum veículo de imprensa ou da mídia foi questionar por que o Estado tem que se intrometer numa questão dessa, que diz respeito unicamente à iniciativa privada, aos donos de casa noturna, que estão ali ofertando um serviço, que são donos e soberanos em seus estabelecimentos. De repente surge uma medida judicial e diz que o desconto para o belo sexo é, a partir de agora, proibido e estamos conversados.
Penso o seguinte: qualquer comerciante tem o direito de dar descontos a qual categoria ou gênero quiser, seja mulher, homem, gay, transformista, anão albino, professor de história grega, aprendiz de tipógrafo, escritor primitivista, pós graduado em sânscrito, estudante, policial, militar, bombeiro, deficiente físico, sonâmbulo, portador do vírus da hepatite C, afro-brasileiro, boliviano, torcedor do Anapolina, do Grêmio, vegano, carnívoro, vegetariano etc. Por acaso não há, faz tempo, descontos para estudantes e professores? 
Então, meu amigo? Se eu fui salvo de um incêndio por um bombeiro e quero retribuir isso dando desconto de 50% a ele e sua família em minha casa noturna, qual é o problema? Será que o governo (a Justiça faz parte), que no Brasil se intromete em tudo e em todos, tem o direito de dizer que isso é ilegal, que não posso adotar tal atitude dentro do meu estabelecimento, sendo que já pago impostos e tudo o mais, recebendo, aliás, muito pouco em troca?
Acho que não, acho que o empresário, seja ele qual for, pode fazer isso sim. Que os outros, os consumidores, não gostem, rosnem, reclamem, prometam nunca mais voltar, isso é problema deles - que procurem outro local e se acalmem. Se eu quiser dar um bom abatimento para anões pernetas ou domadores de leões, será que não posso fazê-lo? 
Posso sim, no meu preclaro entendimento. Quanto ao Governo, ao Sistema, esse enxerido, que vá cuidar de coisas mais importantes, como, por exemplo, vistoriar essas casas noturnas e ver se estão com os sistemas de segurança contra incêndio em dia e se os banheiros têm a mínima condição de higiene. O resto é intromissão, abuso de autoridade. Já chega a tal proibição de saleiros nas mesas na hora do almoço, supostamente para preservar a saúde da população brasileira, essa mesma que morre nas filas de emergências dos pardieiros públicos e não tem a tal Justiça a seu favor. 

sábado, outubro 17, 2015


Na morte de Miéle, ninguém lembrou de Sandra Bréa

A morte de Miéle, aos 77 anos, como destacaram, em clichê, todos os telejornais, me fez pensar em outra figura emblemática da minha adolescência e início de juventude, naqueles anos setenta: Sandra Bréa. Notei que todos - absolutamente todos - os canais que noticiaram o fato, lamentando o falecimento desse cara que sempre teve a mesma cara (é espantoso como sempre se pareceu fisicamente consigo mesmo, ao longo de décadas, da juventude à velhice), deixaram de falar naquela que foi a musa da sensualidade, o objeto de desejo masculino, a mulher invejada por outras mulheres, não só nos anos setenta como nos oitenta. Quando se via a bela Brea, imediatamente se pensava e se sentia: sexo, desejo, tesão.
Miéle fez um programa na Globo, na segunda metade dos anos setenta, chamado "Sandra e Miéle", em que os dois, em parceria e sintonia, dividiam a apresentação, ela com sua beleza, ele com seu talento. Não recordo bem como era o programa, até porque o tempo passou e meu Alzeimer evoluiu, mas achei no mínimo um lapso, para não dizer uma injustiça, sequer citarem o programa que ele, Miéle, fez com Sandra. Aliás, a imagem dela aparece somente ampassã, de longe, sem identificação, e fica-se por aí mesmo. Brea sequer é citada em algum momento.
Sandra Bréa, como se sabe - ou não se sabe mais - morreu de Aids, uns quinze anos atrás, pobre e abandonada. Foi capa de todas as revistas, e a imprensa usou muito a sua imagem para vender seu peixe e atrair leitores. Não deixou filhos, parece. Oficialmente, morreu de câncer, pois fumava muito, e a imunodeficiência não perdoou. Mais no final da sua curta vida (morreu antes dos cinquenta) foi casada, ou viveu, com o empresário gaúcho Artur Guarisse, também já falecido - aliás, dizem que foi ele que pagou os funerais da atriz.
Não conheci Sandra Bréa, não posso falar sobre ela além do que vi na telinha. Mas sei que foi uma das mulheres mais desejadas do país, certamente ganhou muito dinheiro, viveu uma vida holiudiana - e acabou pobre e quase esquecida. Posso estar sendo sentimental, mas acho que a Globo, a mídia e a imprensa não deveriam esquecê-la assim tão deliberadamente, enquanto se dedicam à vida amorosa de uns tais Chumbinho e Joelma. Também lembro do caso da Vanja Orico, atriz de talento, mulher culta, uma celebridade nos anos cinquenta com o filme O Cangaceiro (o primeiro premiado brasileiro no circuito internacional, com uma fotografia espetacular e uma trilha sonora idem), que morreu recentemente, e não li uma mísera linha em lugar nenhum. (Vitor Minas)

Eneida Serrano, a fotógrafa autodidada


Foto de Eneida Serrano.Republicação. Matéria de Coletiva.net, portal jornalístico, em 29 de janeiro de 2009. Com autorização.

Porto-alegrense, mãe de dois filhos e casada há 31 anos com o músico e arquiteto Cláudio Levitan, Eneida mora no bairro Petrópolis, onde também tem seu estúdio fotográfico. Nasceu em 8 de março de 1952, e da infância na casa dos pais, na Rua Dr. Timóteo, guarda boas lembranças das brincadeiras e atividades que dividia com um irmão. Entre tantas boas lembranças, uma se destaca: as idas para a praia de Atlântida, onde passou muitos verões em família.
Com a atenção voltada sempre para muitas direções, Eneida conta que a escolha pela arte de comunicar foi uma opção casual, surgida após o término do Clássico (o que hoje seria equivalente ao Ensino Médio, mas voltado para a área das Humanas). Ao escolher a profissão de jornalista, seu intuito era aproximar-se da escrita, mas a oportunidade de ter uma câmera (a primeira foi uma Minolta RSC101) e um laboratório fotográfico em casa foi decisiva na paixão pela fotografia. Autodidata, conta que a opção se deu de forma gradual. “Eu fui fotografando e gostando da avaliação que fazia. Virava noites no meu laboratório, revelando”, recorda, com saudades. Formada pela Ufrgs, em 1974, os primeiros trabalhos que lhe renderam alguns trocados foram pôsteres de meninas da Capital.
Projetos
No currículo, a profissional pode destacar os diversos trabalhos de fotojornalismo que realizou para veículos como Veja, IstoÉ e Marie Claire. Atuou também em campanhas corporativas, perfis de empresas, relatórios anuais, catálogos e peças publicitárias.
Atualmente, dedica-se a projetos que valorizam mais o seu entorno. Recentemente, desenvolveu a exposição Interiores (2007), onde mostrou em detalhes o espaço interno de casas coloniais típicas do Rio Grande do Sul. Publicou também um livro sobre o premiado fotógrafo amador Luiz do Nascimento Ramos, o Lunara, que fez muito sucesso no início do século XX. O trabalho de pesquisa a colocou em contato com recordações da família do artista, e a publicação da obra foi uma espécie de compromisso histórico. Outro importante projeto do qual participou foi o livro Brasil - De 1500 a 1999. No dia 22 de abril de 1999, ela e outros 99 profissionais receberam pautas sobre lugares representativos da cultura brasileira. Foi no interior do Amapá que, entre outras imagens, Eneida capturou a cena que veio a ser a capa do livro: uma parteira mestiça segurando uma criança branca. “Esse contraste de raças é marca do Brasil”, registra, recordando as palavras da editora da publicação.
Dos interiores às paisagens; das pessoas ao patrimônio histórico; do ninho de passarinho no seu quintal aos produtos em estúdio, Eneida não tem preferências na hora de fotografar. Gosta de tudo! “Gosto de colocar música e passar horas sozinha, estudando a luz e encontrando um universo num microespaço”.
Seus momentos de lazer incluem nadar, ver filmes de Woody Allen e curtir a sonoridade do uruguaio Jorge Drexler. E lê muito para se distrair, buscando na filosofia do escritor suíço Alain de Botton e em outros autores as inspirações para seu cotidiano. Como boa fotógrafa que é, gosta de viajar – “para exercitar um olhar diferente da realidade”. Em sua última grande viagem, foi a Londres, com a expectativa de quebrar um pouco a rotina de trabalho. Visitou os filhos Lucas e Karina, que moram na capital britânica, reencontrou amigos em New Castle (cidade onde morou durante o mestrado do marido, entre 1979 a 1981) e praticou um jeito diferente de ser fotógrafa - já que, quando viaja, está acostumada a trabalhar 24 horas por dia.
Londres, por telefoneMesmo com seu excelente equipamento na bagagem – uma Nikon D300, o último flash e um bom tripé –, Eneida apostou na mobilidade e decidiu registrar os seus 40 dias na capital britânica pela câmera do celular. A proposta fotográfica veio ao encontro da idéia de um roteiro mais leve, despreocupado e dinâmico. “Essa viagem foi decisiva e importante para mim. Me fez pensar diferente, parar um pouco o trabalho e fotografar de forma mais descontraída”. O resultado pode ser visto em Londres, por telefone, trabalho que reúne imagens do dia-a-dia de uma turista mais atenta ao percurso do que ao destino final.
Ainda em montagem, a mostra é inspirada no livro A Arte de Viajar, de Botton, onde Eneida aprendeu que o meio do caminho pode ser tão interessante quanto os monumentos, museus e locais turísticos. “A viagem é também feita pela chuva, metrô, anúncios, chão, casas. Se a gente não incluir essa parte nos planos, pode resultar em muitos desapontamentos”. Inspirada no livro, ela acredita que a expectativa deve ser colocada em todas as etapas da viagem, não apenas nos pontos de chegada.
A dificuldade encontrada na limitação do equipamento tornou-se um estímulo para a busca de um olhar ainda mais original. “Sem o compromisso de fazer uma coisa maravilhosa, eu fiz a coisa maravilhosa, aliando relaxamento ao registro”, explica, acrescentando que a foto é também o reflexo de um momento pessoal. De seu acervo, foram selecionadas 80 imagens, das quais algumas serão impressas “para uma exposição despretensiosa, com leitura linear e rápida, uma ao lado da outra e sem moldura”.
Rotina pautada pela luz
Levada pelo interesse na claridade matinal, Eneida revela-se uma exímia madrugadora. “É a luz do amanhecer que mais me emociona e mais resultado dá”. Quando o assunto é a definição de características pessoais, reconhece que tudo gira em torno de um ponto de equilíbrio, mas que vez ou outra as próprias qualidades acabam transformando-se em defeitos. “De tão dedicada e persistente, acabo parecendo teimosa e obcecada”, analisa.
Aos 56 anos, mostra-se uma entusiasta com a vida e faz questão de não priorizar nenhum momento específico de sua carreira, já que todos agregaram muito aprendizado. “Cada etapa teve a sua importância, e para cada uma eu olhei com muito interesse”. O grande desafio? Para ela, cada dia que nasce representa uma nova busca, com o desafio de fazer algo muito importante. “Acho que, de tudo isso, depreende-se meu entusiasmo por qualquer coisa”, diverte-se, quando a entrevista vai chegando ao fim.
Escola da VidaLeitora atenta e curiosa, Eneida cita o romancista norte-americano Philip Roth como outra de suas preferências literárias. “Gosto de romances que misturam ficção e realidade. Você sabe que o que está lendo não é verdade, mas se sente envolvido, porque a realidade é a nossa interpretação, a forma como se vê”, filosofa.
Contudo, é a Botton que Eneida refere-se como um guru. Com o objetivo de aplicar aquilo que lê, a fotógrafa se baseou em outro livro do escritor para transpor teoria em prática. Em As consolações da filosofia (2000), conheceu a expressão Escola da Vida, movimento que ensina como aplicar o conhecimento ao cotidiano para resolver pequenos conflitos.
Em solo inglês, procurou conhecer pessoalmente os participantes do grupo, inclusive o mestre, e impressionou-se com o que viu. O local, segunda ela, vende idéias, cursos e palestras, com “a proposta de dizer não à erudição e descobrir mais soluções práticas por meio dos ensinamentos da filosofia, história, política”. Para quem considera o conceito mais um produto do mercado de auto-ajuda, Eneida defende que a Escola é algo muito mais oportuno do que oportunista. “Nós precisamos saber o que os outros já pensaram para resolver suas angústias e nos apropriar dessas soluções”, concluiu.
Para aumentar sua bagagem cultural e profissional, a filósofa das imagens busca no conteúdo dos livros e nas experiências de seu dia-a-dia o foco certo para enxergar com mais beleza as atrações do meio do caminho. Questionando até mesmo o próprio ponto de vista, está sempre alerta na busca pela luz ideal. 

quarta-feira, fevereiro 21, 2018

Neste 21 de fevereiro de 1917 nascia Luz Del Fuego, a naturista e existencialista que chocou os conservadores da época


Hoje ela é pouco lembrada, até esquecida, mas nos anos quarenta e cinquenta uma mulher rica, culta e bonita chocava a sociedade conservadora da época com a sua nudez e o seu "naturismo" - a defesa de um estilo de vida natural que não excluía a luz dos holofotes e shows por todo o Brasil e até exterior. Nascida em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, com o nome de Dora Vivacqua, filha mulher de uma família capixaba rica e tradicional, a 21 de fevereiro de 1917, ela estaria hoje completando 101 anos. Mas Luz del Fuego - nome artístico que adotou - foi assassinada no seu paraíso naturista, na Baía de Guanabara, em 19 de julho de 1967, aos 50 anos, juntamente com seu caseiro, sendo os dois corpos lançados ao mar. Os assassinos eram pescadores e pretendiam roubar a propriedade.  
Apresentando-se nua, com uma grande serpente enrolada em seu corpo, Luz Del Fuego foi considerada uma "ameaça à sociedade" do seu tempo. Existencialista, defendia os direitos da mulher, a liberdade sexual e a livre expressão e denunciava os preconceitos sociais. Escreveu dois livros e foi tema de um documentário de 1954, A Nativa Solitária. Estranhamente poucos hoje lembram dela como uma das precursoras dos direitos da mulher - no mínimo uma grande injustiça. A reprodução é do Correio do Povo de maio de 1950, quando a musa existencialista tinha 33 anos.

terça-feira, fevereiro 20, 2018